quinta-feira, 29 de maio de 2008

Vênus, Chocolate, Caetano e um cartão do dia dos namorados...

Hoje Vênus está tão brilhante que cheguei a pensar que era um avião.
O céu está estrelado e sem nuvens. As estrelas só não cintilam mais porque as luzes da cidade as ofuscam. Sempre a luz clareando as coisas, esclarecendo tudo.
Você que traz o escândalo, irmã luz.
Antes que a manhã venha em rompante com a luz em fúria a arder, penso no cartão que vi na papelaria. Dia dos namorados se aproximando. Muitos cartões de amor. É o primeiro em 10 anos que passo assim, sem ninguém para dar um cartão. Talvez tenha sido por isso que o tal cartão com duas escovas de dentes juntas , com os dizeres “adoro misturar minhas coisas com as suas” me fez ficar um pouco introspectiva. Não foi necessariamente saudade, tampouco solidão. Só um espaço vago. Meu currículo amoroso nunca foi lá essas coisas. Amei de menos, vivi algumas aventuras, mas sempre tudo tão comedido e quase sempre tudo tão explicado.... Essas coisas não precisam ser muito explicadas, porque fica desbotado, né?
No dia em que me convenci de que eu era pouco passional, me apaixonei. Ironia! E foi avassalador. Virou altar, virou promessa, virou escombro e agora é só uma marca d`água no meu coração. É só passado.
Nunca me incomodou estar sozinha. Até que estou indo bem - como dizem por aí - estou em minha zona de conforto!! Contudo, não há como ficar impassível diante de um cartão daqueles, quando não há ninguém.

... se ninguém tem dó, ninguém entende nada não. O grande escândalo sou eu... aqui... só.

Ai, ai... preciso de chocolates!Rsrs

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Parte do seu mundo

Você já se sentiu alheio quando passa por bares ou festas e vê as pessoas rindo e gargalhando, como se não fizesse parte daquilo?
Já se sentiu excluído do sentimento de felicidade que permeia encontros fortuitos ou combinados de amigos?
Já se sentiu off?
Às vezes, passo por certos lugares, como corredores de faculdade e sinto como se aquilo não fosse para mim. Então, veio alguém e me disse que gostaria de parecer feliz como eu. (!?!)
Vejam só, como são as coisas. Por trás de muitas gargalhadas, existem preocupações e inúmeros problemas. Cada um sabe de seus infotúnios ocultos e ninguém pode medir a felicidade que lhe cabe à partir do que os outros aparentam. O homem é a sua própria medida.
Quando parei para pensar, conclui que não raro, essa sensação de inadaptação é arrogante.
Quando sentimos que os outros são mais felizes que nós, na verdade abrigamos uma certeza (de vingança contra o mundo) de que somos melhores, de que possuímos lá no fundo algo de mais especial que eles, que o futuro poderá nos recompensar com um prêmio no final.
Que final, gente? A vida já começou há muito tempo. Já está valendo!
Por mais que sejamos originais de Capela ou de qualquer outro planeta, nosso lugar é aqui, onde estão os homens presentes, a vida presente, como disse o Drummond.
"Bobeira é não viver a realidade" e permitir que esse sentimento de “acho que não sou daqui” nos aniquile.
Quando encaramos os fatos e assumimos o nosso tamanho - muitas vezes bem menor do que imaginávamos ilusoriamente - todas as outras pessoas que considerávamos grandes demais e todos aqueles sorrisos que pareciam inalcançáveis, tornam-se normais. Natural. Fica mais fácil interagir com o mundo. Fica mais fácil consubstanciar.
Você pode se identificar totalmente como as pessoas ou pode ser completamente alheio.
De qualquer maneira, continuará a fazer parte da Terra.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Além da fibra ótica

Dinho.
Um apelido no diminutivo para um cara com quase 2 m de altura!
O cara calado, que chegou ao planeta bem antes de mim, na verdade, o primeiro de nós cinco. Ele tinha um all star de cano alto, guardava brinquedos da infância intactos, possuía posters de filmes de terror no quarto, uma Monark marrom e ouvia todas as músicas e toda cultura oitentista que definiriam meu perfil para o resto da vida, enquanto eu ainda ouvia Balão Mágico e Trem da Alegria.
Foi o mesmo cara que, por acidente, me deu um tiro de chumbinho, que permanece em minha testa até o presente momento (!), e que depois, me presenteou com o primeiro Ursinho Carinhoso de pelúcia e uma lancheira vermelha, também dos ursinhos carinhosos! Rs!
Foi ele que inventou o Carireu, o monstro negro que morava na painera e descia pela clarabóia lá de casa!Coisas de irmão mais velho!
Foi através de sua indignação com o mundo e seus protestos que comecei a refletir sobre a vida e sobre aquela velha opinião formada sobre tudo.
Eu ainda era criança quando ele se casou. Logo depois, me mudei para uma cidade distante e ele passou a ser a voz do outro lado da linha.
Essa voz, na medida em que eu crescia, se tornou mais próxima e mais presente em minha vida, através de comentários sobre músicas, posturas e noticiários...
Sempre admirei sua inteligência e suas considerações sobre o mundo, seu jeito irônico de fazer certos comentários da vida e seu último ato de desapego.
Coisas vão e vem.
Ele não sabe, mas cada vez que recebo uma de suas mensagens no celular, sinto crescer o cordão invisível da afetividade que nos aproxima.
Não é preciso estar perto para ser essencial. Nem de muitas palavras.
Meu irmão, minha história seria outra bem menos interessante, se você não estivesse aqui.
Eu desejo que a sensação de felicidade e realização preencha sua vida e suas horas mais inóspitas.
"Marvim", agora não é só você. Estamos todos contigo!
Eu nunca lhe disse, até porque é o menos piegas de nós todos (!), mas não encontro outras palavras menos clichês e mais ideais para o momento.Feliz Aniversário! Amo você.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Pega sim - que eu sei!

Eu dediquei o último post às mães dos “filhos da mãe”.
Mas...todas as mães merecem o céu, não é?
Só de parir, elas merecem.
O parto normal dói, gente. Eu nunca pari, mas sei que dói.
A cesariana incomoda. Tá, a coisa mais perto de cesariana que pude sentir foi quando operei de apendicite. Mas olha só, meu apêndice era bem menor do que um bebê e doeu.
Deve ser por isso que a mãe da gente tem um poder sobrenatural sobre as coisas.
Inclusive, praga de mãe PEGA!!!
Eu é que sei!
Quando eu saí de casa para morar no Espírito Santo, minha mãe disse:
- Menina, você abra os olhos e feche as pernas.
Cheguei aqui e fiz tudo ao contrário!
- Mãe, o espírito é santo, mas a carne é fraca!
Agora a praga pegou...
O único homem que mais se aproxima da minha boca ultimamente é o dentista.
Mesmo assim usando máscara!
Quando está terminando, eu digo à ele:
-Vê aí, deve ter mais uma cariezinha!!
- Não, tá perfeito.
- Ah, então olhe as minhas amígdalas! O “g” já é mudo, imagina o resto?
- Eu sou dentista, esqueceu?
(Eu sei disso, mas digo por dentro:)
Ai, Deus, perdoe este homem. Ele não sabe o que passo!
Resumo da ópera: Palavra de mãe tem efeito.
No meu caso, bem feito!
Sempre foi assim (...) !

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Mãe... do filho... da mãe

Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
(Arnaldo Antunes)

Dedico esta rosa a todas as mulheres que deram à luz crianças que vieram com a mão no interruptor e apertaram. Elas apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza.
Dedico à senhora que chegou ao escritório com o olho roxo e os dedos com marcas de dentes, porque em um ato de desespero foi com a cara e a coragem buscar o filho na boca de fumo, e acabou apanhando. Não foi a nocaute.
Dedico às mulheres que esperam nas filas dos presídios para visitar seus filhos condenados, submetendo-se às revistas íntimas, tão constrangedoras e humilhantes.
Dedico às mães dos juízes de futebol, que levam a alcunha sem ter cometido os atos!
Dedico às mães dos juízes que vendem sentenças nos tribunais e daqueles que são condenados e difamados pela mídia sensacionalista.
Dedico às mães daqueles que matam, que roubam, que odeiam, e que disseminam a maldade.
Dedico às mães daqueles que ferem os corações e causam sofrimentos.
Dedico também à mãe de quem fica preso (por horas) em engarrafamentos, mães dos que buzinam, dos buzinados, de quem dirige em trânsito caótico, às mães ausentes nas batidas de carro e às mães daqueles que passam em poças d' àgua pelo prazer de sujar os pedestres!
Enfim, dedico às donzelas (que pariram filhos do boto) e às meretrizes.
Segundo o Cazuza, só as mães são felizes.
Que sejam, apesar de seus filhos!
À elas, dias de ventura!

Não que eu tenha nada contra
Profissionais da cama
Mas são os filhos dessa dama
Que você sabe como que chama...
(Ultraje a rigor!)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Jogo de lados

Tanto tempo desperdiçado...
Meu passado tem um lado errado
Eu não sei por que é que a gente sente medo assim...
Tanta bola bateu na trave
Meu futuro tem um cadeado
Eu não sei como foi que a chave caiu no ralo.
Que rolem os dados
Hoje Deus está jogando com o universo.
Meu problema é querer respostas imediatas
Para as perguntas que a vida muda à todo instante
... você queria uma estrela
mas eu só tinha um chocolate ...
Que movam-se os pagos
Não há nada de graça e se não for engraçado,
rio eu de minha própria insensatez.
Meu problema é querer sempre ficar do lado certo
Mas não há lado, nem lodo, nem dólar, nem dolo...
Vontade boa
é querer bem!

terça-feira, 6 de maio de 2008

RDFC, dia de vitória!


Então o sol desponta e ainda assim o dia é frio!
Que bons ventos!
Tudo aparentemente está no lugar.
Mesmo que no lugar errado!
Meus pés têm o rastro das formigas de fogo.
O futuro desponta a cada passo.
“Sou meu próprio líder”
e já não ando mais em círculos.
Liberdade ainda que tardia!
... Espírito Santo, amém!
As mãos que eles sujaram não fazem tanta diferença agora,
tampouco seus corações endurecidos,
pois tenho aqui o meu sorvete de flocos
e é o bastante.
*O Resto que se Dane Futebol Clube!

*Um brinde à Agnes, a mulher que não gosta de internet, fundadora do meu novo time!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Uma mente brilhante

Há 20 anos, alheia às leis de reprodução, plantei uma sementinha de laranja num potinho de margarina. Eu queira que dali nascesse outro irmão!
Eu não sei o que aconteceu com a sementinha, mas o Otávio chegou tempos depois, nos braços do meu pai. Naquele dia eu não fui à aula só pra ficar em casa observando os primeiros momentos na Terra daquele ser que acabava de entrar em nossas vidas como um mago.
É assim que o vejo. Um mago.
Um garoto com poderes especiais de transmutar.
Um garoto com um dom incrível de transformar sentimentos em melodias, em palavras.
Tudo o que ele escreve penetra em meu coração e me toca no fundo da alma, onde os sentimentos nascem. É um mago.
Nós sempre soubemos disso, desde seus primeiros anos, quando dava mostras de que não era comum.Nunca foi comum.
Existem nele tantas qualidades, que um post apenas não comportaria todas elas.Engraçado é que ele agora está longe de nós. Ele, o caçula se virando sozinho na metrópole, vizinho de outras pessoas, por trás de janelas que não conheço.
O caçula maior que eu.
O menino de “macaquinhos no sótão”.
O irmãozinho que me esperou na escada na noite do meu primeiro beijo!
Meu companheiro no Rei Artur, dos planos malucos de viver, das noites de descobertas...
Ele não gostava de acordar cedo pra ver o sol nascer comigo, mas ficávamos acordados até tarde para descobrir os filmes na madrugada, até que o dia raiasse e a luz fosse uma resposta das questões formuladas pela insônia.
Eu queria ter também uma cartola, para hoje tirar de lá palavras bonitas que o fizessem gostar da realidade, querIa tirar um arco-íris, amores possíveis, reciprocidades, ventos que mudassem a sensação que ele tem que não dá pra esperar muita coisa boa da vida...Coisas boas da vida, Otávio. Você é uma delas.Eu só tenho um coração que deseja que você se perdoe por crescer, porque é como um diamante, se burilando dentro do tempo.Sua existência é luz e ilumina nossas vidas, nossos scripts, nossos bastidores, nossos seriados, nossos filmes e nossas trilhas sonoras.Tudo o que eu mais quero, além de ser clichê e dizer que amo você (!), é que a felicidade te acorde de surpresa, no meio da madrugada, e preencha cada poro de seu corpo e sua alma, depois de desordenar tudo o que você considere verdade, tudo o que você admira na ciência e na filosofia, todas as respostas que a sétima arte já lhe deu até hoje, e num momento de epifania você descubra o absoluto no mais simples sussurrando em seu ouvido algo que eu sempre soube.
Sua luz. Seu dom de vencer. Seu dom de ser capaz e ser feliz.
20 anos, héim?! With a little help from your friends!
Estamos com você! Sempre.
O mago e a doida