quinta-feira, 31 de julho de 2008

Meus caros amigos


Hoje é quinta-feira, e preciso comprimir todos os projetos que tenho nas horas que restam no dia.
Entre meus projetos, estava um post sobre qualquer coisa, porém, apenas em minha mente.
Sinto os assuntos surgirem em profusão, mas o tempo não me permite concatena-los.
Então, como hoje sou toda afeto, quero expandir os meus abraços à todos vocês que estão aqui, em meu café!
Ofereço a vocês um abraço através dessa Rosa Meditativa de Salvador Dali, meu norte para o surreal, onde os sentimentos são livres das amarras do pensamento tirano.
Somos todos luzes.

Brilhem, onde estiverem!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A gente brilhava

Este é um minuto bastante estranho.
Estou cansada de lutar contra moinhos de vento.
Nem sei como sou capaz de sentir tantas coisas no mesmo refrão.
Eu deveria estar em diversos lugares agora, mas não sou para ubiqüidades não!
Deus, como eu queria estar perto de minha mãe agora. Estar em minha casa.
Eu liguei e ninguém atendeu. Tocou, tocou, tocou...
Liguei para o meu pai e a mesma coisa.
O celular me enviou para a caixa e eu fiquei sozinha por lá.
Faz mais de ano que decidi que era capaz de viver sem eles por perto, mas de vez em quando aperta a saudade. A caixa é apertada.
Entrei por algumas portas erradas, mas não preciso de um juiz. Preciso de colo de mãe.
Engraçado, porque coloquei um CD do Caetano porque queria ouvir “Um Índio” , porém, na caixinha estava outro. Era esse que tá tocando agora, “Bom Combate”, presente de um amigo querido de BH, o Moisés de Verbos de Versos! ...Peço que me ajude a amar /desde a dor até o pôr-do-sol / Tenho a vontade de crescer /desejo que o amor se espalhe em mim... (Reconstrói a ti mesmo -Rodrigo Marçal)
A lembrança da Mocidade veio forte. Todo aquele tempo passando como um flash agora: a gente acordava domingo de manhã pra campanha do quilo ou para as visitas fraternas, havia as reuniões aos sábados, as gincanas, os saraus, os ensaios, as serenatas, nossas desavenças, nossa comunhão. Às vezes era tão difícil estar lá, preparar os temas, conciliar outros relacionamentos com aquela entrega...
Muitas vitórias foram molhadas por lágrimas, mas sei que valeu cada minuto.
A gente tinha dom de vaga-lume!
Hoje, sou até feliz na imperfeição do caos, mas me sinto tão distante daquelas coisas...
Queria que aqueles meninos soubessem que apenas os bons combates valem o nosso esforço. Outros combates são lutas vãs, ilusões e desperdício de energia.
É que a gente acha que certas coisas significam felicidade e realização.
Mas sabe?! (...) Nem sempre.


Nosso tempo confunde o sentido de quem busca ser feliz com ilusão, pois estreita é a porta da vida / “fortalecer a fé em seu ardor”
(Bom Combate-Tarcízio)
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Apesar de minha crença, nunca gostei de estampar, mostrar rótulos ou martelar as verdades que conheço para quem não quer saber. Detesto proselitismo. Rótulos saem com a mão. São tão frágeis como a luz de vela à mercê do vento. Já as vivências se solidificam no interior e são possíveis até para os ateus. Religião é puro rótulo. Amor é construção. Exemplificar o Amor deveria ser o nosso dever, mas o mundo, com toda essa transição, anda mesquinho demais, e por diversas vezes, nos afundamos até o pescoço em tudo isso, iludidos e cheios de desculpas montadas na cabeça para que nossos erros pareçam menores. Desculpa de manco, é muleta. Hoje isso me causou náusea. Em contrapartida, fiquei muito grata por ter tido o privilégio de nascer em um lar como o meu, com a luz de minha mãe e a força de meu pai, que sempre nos exortaram para o Amor, o Belo e o Bem.
É sério. Ou eu acredito que o mundo está perdido, ou eu acredito no Amor. Prefiro o último e espero que vocês também.
I want to believe

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quase uma balzaquiana!

Então veio a Júlia, a garotinha do segundo andar e me perguntou se eu sabia “virar estrela”.
Eu disse:
- Júlia, se eu fizer isso, eu nunca mais desviro! Vou virar a Moura Torta! (personagem da historinha que eu contei pra ela no outro dia!)
Ela riu e ficou me olhando com aquele olhar de “Antônia, você parece louca!”
Para mim, certas peripécias a esta altura, são fatais. Já foi o tempo!
O tempo, meu inexorável senhor, endureceu meu coração, meus ossos e juntas.
Enquanto Júlia “virava estrela”, lembrei da minha infância espoleta e contorcionista de subir em árvores, plantar bananeira, ficar acordada durante as viagens...
Hoje, mal consigo levantar da cama sem sentir dor nas costas.
Já me preocupo com rugas de expressão, pés de galinhas e os radicais livres.
Na época do Científico (como é que chamam isso hoje?), radicais livres era expressão da esquerda política. Hoje são os vilões que envelhecem a pele!
E as referências ao passado, meu Deus?!!
Certos amigos nunca ouviram falar do Juninho Bill. (do Trem da Alegria).
Hoje perguntei no escritório se alguém lembrava do lanche do Fofão. Tive que pegar a imagem no Google para provar a existência do negócio!
Mas é assim mesmo, o dominó do tempo cai. A vida quer seqüência.
Não temos que temer o tempo, né? Qualquer tempo é o nosso tempo e nada melhor que o presente, os homens presentes, a vida presente, como diz o Drummond.
Eu vou seguindo com meu currículo cheio de dor nos ossos do ofício (onde preciso parecer mais velha), em busca do segundo casamento, de novos horizontes, talvez os belos, de ações perfeitas, do santo graal, do vale encantado, do processo no site do TJ...
Eu vou seguindo a minha estrela, o meu brinquedo de (e)star!
Já que estrela eu não posso “virar”!

No meu olhar, na minha voz
Um novo mundo, sinta
É bom sonhar, sonhemos nós
Eu e você... *hahaha

*essa rima só dá pra escrever daqui quatro anos!!!
com o perdão do Miltinho!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

CCB

Quando ele apareceu em minha vida, eu era uma pré-adolescente (pulguinha!) que jurava ser a Dolores O`Riordan dos cranberries!
Ele veio e depois de algum tempo minha irmã saiu de casa, casada com ele.
Os destinos se consolidavam.
Hoje, após todos esses anos, estou aqui, escolhendo as palavras que expressem seu significado em minha vida.
Então, cheguei à conclusão de que além da admiração que tenho pelo ser humano que é, por seu caráter e integridade, por sua cultura e inteligência, também sou muito grata.
Grata por ter nos mostrado a Serra do Cipó e todo o seu lado Z, todo o seu lado zen;
Grata pelas conversas de disco-voador, que povoaram minha mente juvenil (!);
Grata por ter colocado aquele CD (na época era fita) do Zé Ramalho, “A peleja do Diabo com o Dono do Céu”, cuja música Beira-mar (além de Linger dos Cranberries, claro), me fez querer ardentemente aprender a tocar violão. Eu lembro como se fosse ontem, a gente descendo a Serra, quando ainda era estrada de chão, e eu desejando ganhar um violão de natal pra tocar aquelas músicas!;
Grata por Simon e Garfunkel,
Grata pelos Beatles,
Grata por Perhaps Love;
Grata pelo CD dos Cranberries "Everybody else is doing it...", o primeiro de toda aquela febre. Eu sei que tem o dedo da minha irmã, mas quem me entregou foi ele!;
Grata por ter sido meu patrão, pelo emprego em Sete Lagoas, cuja experiência e aprendizagem que tive, têm surtido efeitos até os dias de hoje, delineando minhas escolhas.
Grata pelas coisas novas que mostrou, pelos inúmeros livros que emprestou (os seus eu sempre devolvo!); pelas caronas, por ter ido tantas vezes nos buscar lá na Escola Técnica, aquele lugar longe pra caramba, pelos todinhos, pelos pastéis de queijo e a batata frita do Chapéu do Sol;
Grata por procurar os melhores caminhos para a condução do espírito e destino e
grata por ter colaborado em trazer ao mundo o Lu Caju e o Leo, dois tesourinhos preciosos.
É... Existem outras coisas, outras palavras, mas essas são apenas para dizer que daqui de longe celebro com você esse dia.
Você é o cunhado que tenho que mais gosto!!!
Tan tan nan nan nan ...... nan nan (dois tapinhas nas costas!)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sentimentos parte II (porque a vida tem dessas coisas...)

"Como a semente traz em si a árvore /
Como o casulo esconde a lagarta e liberta a borboleta,/
Tens em ti essa luz"

*****
É que às vezes a gente pega os sentimentos e os esconde no fundo do armário, amontoando roupas e trecos sobre eles.
Enquanto isso na floresta, o tempo passa.
Então chega o dia em que você abre a porta e sente um cheiro estranho. Vem daqueles sentimentos que esquecemos no fundo e agora se rebelaram em forma de mofo, contaminando as roupas limpas que haviam por cima, algumas até com cheirinho de amaciante.
Sabe, é como uma gripe mal curada que se transforma em pneumonia no futuro, ou como uma caxumba mal curada que causa danos irreparáveis em certos meninos! .
É aí que o “Conhece-te a ti mesmo” começa a fazer sentido, porque chegou a hora de arrumar o armário interno e colocar ordem nas coisas. Hora de encarar a roupa suja aproveitando a luz do dia. Hora de tomar as providências necessárias e não cometer a insanidade de incendiar o guarda-roupas inteiro por causa disso.
Acredito que só assim é possível viver sem ostentar todas as máscaras que encobrem o que temos de verdadeiro e de essencial.
Só assim é possível seguir sem pendências, às claras e com menos medo do mundo.
A gente tem mania de se disfarçar e reforça na consciência que é por defesa!
A viagem para dentro de nós, pode nos proporcionar certa dor sim, mas também demonstra a coragem que temos para enfrentar o que nos causaria uma dor muito maior depois, além de complicações no destino, escolhas mal feitas, angústias desnecessárias e até mesmo o fantástico consumo de antidepressivos.
Por isso é preciso encarar o que sentimos.
Porque o que não está resolvido não vai por um passe de mágica se resolver por si só e nem irá desaparecer.
A regra é aquela de Lavoisier: “Na natureza nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma!”
Que sejam mudanças para melhor, pela ordem e pelo progresso, né?!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Exorcizando pinturas (Para você que nunca virá aqui)

"I've still got your face
Painted on my heart
Scrawled upon my soul
Etched upon my memory, baby"

Lembra?
Era essa música de The Cult que tocava no momento em que você sussurrou no meu ouvido “até o fim da minha vida”, depois de enrolar na declaração daquela nossa cerimônia underground.
Até a morte... Marte nos separou antes e nós sobrevivemos.
Você chegou de forma tão avassaladora e profética que eu não tive dúvidas. Era você. E foi.
O tempo suficiente.
Mas quando o tempo acabou, descobri que teria que me render à ele.
Teria que me render à sua presença ainda pulsante em mim, à sua revelia.
E o pior, teria que conviver com aquele sentimento que não era saudade. Nosso rompimento trágico não permitiu que eu sentisse sua falta, mas uma dorzinha vagabunda e o desejo de que tudo tivesse acontecido de outra forma. Do jeito que a gente planejou, com casa, filho, cachorro, viagens e a eternidade.
A eternidade para nós durou tanto quanto um chiclete.
A vida que havia além, parecia cinza. Cinzas.
Depois do deserto afetivo pelo qual peregrinei por todo esse tempo, tive amores insípidos, inodoros e incolores. Minha vida amorosa era como água potável!Rsrs!
Mas agora eu consigo ver novamente as cores. O arco-íris. Os beijos voltaram a ter gosto.
Estou conseguindo parar de comparar você com qualquer outro.
Conseguindo tirar nossas fotos da bolsa.
Conseguindo diminuir o abismo que se criou entre mim e o mundo depois que decidi ficar ao seu lado.
Conseguindo esquecer de como você incendiava minha carne e meus nervos.
De como me fazia gargalhar e de como me fez chorar tanto.
Como me tornou plena e feliz com a vida e como despertou em mim o desejo de nunca ter existido.
Tudo está inscrito em um episódio de minha vida e não terá mais a importância desmedida, mas a devida importância.
Porque hoje eu sei que você ficou tatuado em meu coração.
Mas era tatuagem de henna.
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Post escrito durante as alto-confissões pela madrugada. Por muito tempo eu fingi que alguns sentimentos não existiam e não faziam efeito. Mas Otávio, aquele seu texto me fez enfrentá-los e transmutá-los. Obrigada!