Este é um minuto bastante estranho.
Estou cansada de lutar contra moinhos de vento.
Nem sei como sou capaz de sentir tantas coisas no mesmo refrão.
Eu deveria estar em diversos lugares agora, mas não sou para ubiqüidades não!
Deus, como eu queria estar perto de minha mãe agora. Estar em minha casa.
Eu liguei e ninguém atendeu. Tocou, tocou, tocou...
Liguei para o meu pai e a mesma coisa.
O celular me enviou para a caixa e eu fiquei sozinha por lá.
Faz mais de ano que decidi que era capaz de viver sem eles por perto, mas de vez em quando aperta a saudade. A caixa é apertada.
Entrei por algumas portas erradas, mas não preciso de um juiz. Preciso de colo de mãe.
Engraçado, porque coloquei um CD do Caetano porque queria ouvir “Um Índio” , porém, na caixinha estava outro. Era esse que tá tocando agora, “Bom Combate”, presente de um amigo querido de BH, o Moisés de Verbos de Versos! ...Peço que me ajude a amar /desde a dor até o pôr-do-sol / Tenho a vontade de crescer /desejo que o amor se espalhe em mim... (Reconstrói a ti mesmo -Rodrigo Marçal)
A lembrança da Mocidade veio forte. Todo aquele tempo passando como um flash agora: a gente acordava domingo de manhã pra campanha do quilo ou para as visitas fraternas, havia as reuniões aos sábados, as gincanas, os saraus, os ensaios, as serenatas, nossas desavenças, nossa comunhão. Às vezes era tão difícil estar lá, preparar os temas, conciliar outros relacionamentos com aquela entrega...
Muitas vitórias foram molhadas por lágrimas, mas sei que valeu cada minuto.
A gente tinha dom de vaga-lume!
Hoje, sou até feliz na imperfeição do caos, mas me sinto tão distante daquelas coisas...
Queria que aqueles meninos soubessem que apenas os bons combates valem o nosso esforço. Outros combates são lutas vãs, ilusões e desperdício de energia.
É que a gente acha que certas coisas significam felicidade e realização.
Mas sabe?! (...) Nem sempre.
Nosso tempo confunde o sentido de quem busca ser feliz com ilusão, pois estreita é a porta da vida / “fortalecer a fé em seu ardor”
(Bom Combate-Tarcízio)
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Apesar de minha crença, nunca gostei de estampar, mostrar rótulos ou martelar as verdades que conheço para quem não quer saber. Detesto proselitismo. Rótulos saem com a mão. São tão frágeis como a luz de vela à mercê do vento. Já as vivências se solidificam no interior e são possíveis até para os ateus. Religião é puro rótulo. Amor é construção. Exemplificar o Amor deveria ser o nosso dever, mas o mundo, com toda essa transição, anda mesquinho demais, e por diversas vezes, nos afundamos até o pescoço em tudo isso, iludidos e cheios de desculpas montadas na cabeça para que nossos erros pareçam menores. Desculpa de manco, é muleta. Hoje isso me causou náusea. Em contrapartida, fiquei muito grata por ter tido o privilégio de nascer em um lar como o meu, com a luz de minha mãe e a força de meu pai, que sempre nos exortaram para o Amor, o Belo e o Bem.
É sério. Ou eu acredito que o mundo está perdido, ou eu acredito no Amor. Prefiro o último e espero que vocês também.
I want to believe