segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sentimentos


Sentimento não tem hora marcada não.
Chega a hora que quer e, principalmente, não vai embora só porque a gente não quer mais ele. Não dá pra marcar horários. Pedir pra um sentimento mudar, ou ainda para ele acabar, é um pecado, é uma contradição. As coisas passam e isso também vai passar.
É como uma música do Renato Russo, que vem, traz alegria e tristeza, e acaba.
Sentimento não dá pra fingir, nem pra esconder, ou mentir ou negar. A gente até pode tentar, mas não adianta, e todo mundo sabe disso. Desistir do sentimento é impossível. E não é questão de fraqueza, e sim de coragem para enfrentar o que está por vir, já que é inevitável.
Sentimento é uma coisa que não se traduz em palavras. É o clichê mais conhecido do mundo, e ainda assim ninguém sabe explicar. Não se mede, não se pede, não se repete. (O que se repete são as palavras dos filmes, das músicas e dos livros).
Sentimentos não desaparecem de uma hora para outra.
Só mudam quando não se espera.
Uma vez um amigo me falou que a vida é assim, e que não dá pra esperar muita coisa boa. E um livro me disse que um instante é o máximo que se pode esperar da perfeição. Tudo fica nessa coisa, meio niilista, de que tudo é nada.
Até aparecer o sentimento e o arco-íris. Mas não se preocupe.
Quando a gota secar, o arco-íris desaparece.
Sentimentos são como uma canção para a Bela e a Fera.
*
*
*
Me apropriei do texto de Otávio - consensualmente e nehuma mente sensual
... porque suas palavras tristes são belas como a duração inexata do arco-íris...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Abalos sísmicos

Às vezes parecia que de tanto acreditar em tudo o que achávamos tão certo...
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais.
Faríamos floresta do deserto e diamantes de pedaços de vidro...
(Andrea Doria, Legião Urbana)

Desapontada.
Eu queria ter a fé inabalável.
Eu queria ter palavras doces para dizer.
Queria falar algo engraçado que fizessem vocês rirem.
Queria hoje ver beleza na imperfeição...
Esperava chegar aqui e falar com entusiasmo sobre os potes de ouro e sobre as flores que encontrei pelo caminho.
Queria poder dizer para você parar de reclamar, que a vida é maior que nós e que não há dor que não passe.
Mas hoje, eu estou desapontada.
Já ouvi toda a conversa sobre não criar expectativas em relação ao outro ou às outras coisas, sobre ser auto-suficiente e me bastar...
Porém, como diz Zeca Baleiro, ninguém é alto o suficiente que não possa rastejar...
Devotei o último ano de minha vida na busca da excelência para atuar numa profissão que considero arte, que mesmo sendo vítima de piadas e vilipêndios, foi importante em vários momentos da história e no entanto, o que vejo são meus heróis sendo desmascarados, transformando-se em vilões e estampando manchetes policiais. Eles dão ensejo e razão às eternas piadas. Contaminam tudo. Eles deveriam lutar pela Verdade e pela Justiça, mas parece que o poder corrompe MESMO.
Eu queria acreditar que não. I want to believe!
Devotei meu espírito e meu coração à procura da luz no coração das pessoas, buscando debaixo da pele de meus companheiros de caminhada, mesmo os virtuais, uma camada iluminada, que me fizesse enxergar melhor... Todavia, o que vejo é uma epiderme encoberta de mesquinharia, sordidez e egoísmo. Frases perfeitas como eu te amo encobrindo mentiras. Porque ferimos? Porque somos feridos? Quem, disse que haveríamos de sangrar assim? (Não estou falando de menstruação!)
Eu não vou parar.
Existe algo lá no fundo que me diz que o caminho é feito por nós, não pelos outros.
È uma angústia, porque eu vi traições, falsas versões, perversões, mas eu sei...
É... Eu sei, que sobre toda nuvem negra brilha o sol.
Só que hoje vai chover...
...cato no chão migalhas do banquete dos que comem
O que que houve? Eu nunca mais ouvi chamar meu nome
a rua é reta a vida é torta
quem se importa se eu vou morrer de sede
ou se eu vou morrer de fome
o sol nas bancas de revista
e na capa da revista sombra grana e água fresca
vejo novos ricos
vejo velhos pobres
não vi ninguém abrir a boca
mas ouvi o grito
"Deus misericórdia de nossa miséria"
(As meninas dos jardins, Zeca Baleiro)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

No reino da fantasia

“Desde já, ofereço meus protestos de elevada estima e distinta consideração.”

Essa frase consta em todo ofício que o juiz envia para o delegado ou delegada, ou outro representante de qualquer órgão. Mesmo que ele não conheça a figura. Mesmo que não haja estima nem consideração nenhuma.
Diz que é por respeito!
Não é fantasioso?
E o pior, precisa ser assim, para seguir os modelos de ofício no Word, geralmente feitos por um estagiário que nunca viu o delegado, e que às vezes, nem vê o próprio juiz de sua vara.
O importante é que o juiz assine, aliás, o meritíssimo.
Pronomes de tratamento também fazem parte do reino da fantasia.
Tem promotor, que não gosta que se refiram à ele apenas como doutor fulano.
Não... Precisa do IRPM (Ilustríssimo Representante do Ministério Público).
E os advogados?! Até os que não são doutores, por fazerem doutorado, gostam do Dr. na frente do nome. Doutor, para advogado foi título concedido por D.Pedro I !!! Pensa?!
Depois sou eu que “viaja” quando falo de teletransporte!
O homem sério cria através de suas convenções um reino de fantasias, estabelecendo limites entre o normal e o insano, entre a vida adulta e a puerilidade e é feliz assim. Ou não.
Sem isso ele sofre. E sabe, quem sofre quando perde, é a criança interior (como me disseram por aí!)
Às vezes tenho a impressão que estamos representando nossa própria peça.
Em tudo.
Que outras convenções existiriam se não houvesse as convenções atuais?
Excelência, Meritíssimo, lustra móveis, ilustríssimos, senhores, doutores...
Não importa. Todo mundo solta pum.

Só a bailarina que não!!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Alguma coisa está fora da ordem...

Pois é...
Um grupo de brasileiros, procurou o escritório de um ex professor meu, que trabalha com causas internacionais, para proporem uma ação.
Nesse tal escritório, uma petição simples, administrativa, é quase R$10.000,00.
Um mandado de segurança embrulhadinho de presente sai pela módica quantia de vinte mil reais! Não é para qualquer um.
Pois bem, o problema desse grupo, foi que extraíram pau brasil e exportaram para a Holanda, num navio. O navio naufragou e a carga se perdeu no mar, numa área que já não faz parte das águas nacionais.
Eles perderam a baba que ganhariam pelo contrato com os holandeses e com a grande instrução que têm, procuraram meios de serem ressarcidos.
Apesar da extração ilegal, o grupo pleiteia uma indenização da companhia que transportava a carga, e, só fazem isso porque sabem das grandes chances que possuem de ganhar a causa.
Eles conhecem a lei e suas brechas. E têm dinheiro para pagar o escritório.
Esse grupo?
Nossos silvícolas.
19 de abril, dia do Índio.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Pode ou não pode? Eis a questão.

Ai, ai...
Rua cheia. Pessoas cheias de sacolas e coisas. Mãos cheias de papéis. Peso da bolsa no ombro. Sol na cabeça. E ai... A calcinha. De uns tempos pra cá, minha “massa glútea” cresceu mais que a criminalidade e quase todas as calcinhas marcam “12:55”. Isso quando não marcam meio dia em ponto. Aí, meu filho, é agonia. Principalmente quando se está no meio da rua. E nem adianta encontrar um jeito de consertar “as horas”, porque um dos ponteiros é atraído magneticamente para o centro. Isso foi depois de eu me envolver com uma turma barra pesada, os Lipídios. Já tentei parar, mas o Chocolate e as Jellys Rolls não colaboram comigo. De qualquer forma, é bem melhor do que a silhueta cadavérica que eu ostentava no ano passado.
De repente eu consulto uma nutricionista, uma Dra. Lorca da vida louca, para que ela faça as recomendações necessárias. Então, eu vou falar sobre tudo o que me enche.
Pedofilia. Não pode.
Ensinar ou incentivar uma criança a fazer a dança do créu. Pode?
Enchente. Não pode.
Jogar lixo na rua. Pode?
Sonegar imposto. Não pode.
Não compensar imposto pago a maior pelo contribuinte. Pode?
Pois é... O que não mata, engorda!
*"O que dá pra rir dá pra chorar
Questão só de peso e medida
Problema de hora e lugar
Mas tudo são coisas da vida"

Mais nádegas a declarar.
Calcinha quando entra, enche o saco tanto quanto certas concessões que a sociedade faz.
*verso de Canto Chorado de Billy Blanco

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O mundo é tão maior que a gente...

(este é realmente um post GRANDE!!!)

Olhando a imensidão do mar ou o cosmos infinito, cheio de estrelas, todos os problemas tomam uma proporção tão ínfima que me envergonho de ter tido medo ou de ter perdido a fé um dia.
“Todas as coisas estão cheias de deuses”- segundo o princípio da imanência - inclusive nós.
Cada gota que compõe o oceano faz parte de mim e meus movimentos, como partes do mundo, impulsionam ventos em outras terras. Assim como minha inércia faz com que o nada continue acontecendo, ou mesmo que os absurdos continuem acontecendo como se não tivéssemos nada com isso.
É muito cômodo ficar bradando com o dedo em riste, metralhando revoltas e angústias pelo ar. É muito cômodo defender com veemência a inexistência de Deus, alegando que um ser bondoso e justo não permitiria o caos social nem catástrofes naturais. Quem somos para entender os desígnios da natureza? Habitamos um planeta quase invisível diante da Via Láctea e nem ao menos conseguimos mantê-lo em paz. Preferimos construir armas precisas e destruidoras. Preferimos treinar soldados e tropas de elite.
É Vandré, antes você sabia qua armar era mais fácil que amar...
É mais fácil que amar.
Amar é construção.
Amar requer movimento, requer entrega, requer fé.
Gente, são tantos livros, tantas teorias montadas negando o divino, negando as luzes, que temo que em nada tenham contribuído para a evolução do planeta. Ao contrário, criam abismos entre os homens. E o próprio homem tende a tornar-se cada vez mais abissal à medida em que acentua as diferenças que tem com o outro, com o próximo ou com o desconhecido.
Somos tão diversos, mas pertencemos ao mesmo planeta!
Pertencemos ao mesmo planeta, mas reforçamos as distâncias que existem entre nós (Nem pense em Capital Inicial!). Com isso, a sensação de solidão aumenta, de desamparo, de pequenez. Mas não é porque Deus existe ou não. É porque não amamos.
Ama-se cobrando. Ama-se esperando reciprocidades. Amar é verbo intransitivo. Não precisa de objeto.
Nunca se viu um consumo avassalador de antidepressivos como hoje em dia. Vi em um noticiário que uma mulher só consegue ficar feliz porque tem um implante no cérebro. Veja só, a que ponto chegamos, a ponto de construir uma felicidade artificial, porque a vida por si só não basta. Contudo, eu sei que podemos diminuir nossas distâncias e ver nossas diferenças como características de soma e não de dissidências. Podemos construir pontes entre nós, que nos liguem e nos aproximem de um amor maior, que diminua nossos medos, nossas incertezas e desconfianças e que nos torne grandes e fortes. Eu tenho certeza de que o Amor é esta ponte. Eu não ligo se você acha que estou fazendo um post imenso e piegas.
Caso você tenha chegado até aqui e acha que amar não é pra você, que é pra depois, preciso lhe informar que a responsabilidade pela sujeira do mundo também é sua.
Você prefere achar que falo de utopias do que ser capaz de mudar o rumo dessa história.
Prefere falar da minha ingenuidade do que falar de seus sentimentos para alguém bem próximo. Prefere falar que o mundo apodrece do que entender por que possui inimigos. Prefere alterar a voz além do necessário a deixar que o amor lhe guie silenciosamente até a origem de sua raiva, para que a dissolva.
O movimento pelo amor não exige que você se filie ao Greenpeace ou visite religiosamente os asilos de sua cidade. Pode começar com um sorriso para um estranho na rua. Depois você surpreende alguém com um comentário legal, assim, inesperadamente. Então, estará preparado para ter paciência com perguntas repetidas, para não reagir a cada ofensa.
O segredo não é reagir, mas Agir conforme o Amor.
Isso é construir pontes. (lembra daquela musiquinha de Sandy e Júnior? Tá, tá, eu sei, mas abstraia!!) Vamos construir uma ponte em nós, pra ligar seu coração ao meu com o amor que existe em nós...
Como diz uma propaganda de refrigerantes:
Você muda. O mundo muda!

Sopro de Eves!!!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dervixes

Eu somente acreditaria em um deus que soubesse dançar.
Nietzsche

... lembrando daquela noite de natal onde colocamos um disco (LP mesmo!) do Slade e ficamos na sala dançando ao som de When the lights are out.
Até hoje eu procuro a perfeição daquele momento, até hoje eu busco toda aquela paz e felicidade contidas ali, durante a música. Não foram mais do que cinco minutos. Nem sei o porquê da idéia de ouvir Slade. Não era uma banda do nosso tempo. Nem do seu, nem do meu e nem do dele. Éramos todos crianças, mas não esqueço.
Eu lembro que demos as mãos e ficamos girando e sorrindo.
Só hoje eu sei das nuvens carregadas que pairavam sobre nossas cabeças, das lágrimas contidas por dentro dos sorrisos e dos abraços natalinos.
Mas com gente era diferente.
Não sabíamos fingir.
Só sabíamos ser felizes.

Dança, dança, dança, pra cantar o Sol
Todo amor que emanar, pra cantar o Sol
(Cigana, Oswaldo Montenegro)

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Perdendo dentes


Pouco adiantou acender cigarro, falar palavrão, perder a razão...

Pois é.
Eu escovei, passei fio dental, escovei até a curva da língua, lá onde o sol nasce pra bater a campainha! Achei que estava bom. Até vi uma estrelinha piscando em meu sorriso! Então, na cadeira do dentista, olhando minha boca escancarada cheia de dentes refletida no vidro do “holofote” Gnatus, vejo com o canto dos olhos, uma pinça se movendo em minha direção.
O que é isso?
É um sujinho lá no fundo. Vou limpar.
Não é possível. Faltou eu tirar os dentes para escovar pelo lado de fora e ainda tem sujinho? (com vergonha, né?!)
É lá no fundo. Seus dentes estão muito juntos.
Sei...
Depois disso, ouvi as recomendações, as implicações e o conselho fatal.
Teremos que extrair os 3º molares, ou melhor, os sisos. Eles estão pressionando os outros. Isso está dificultando a higienização.
Sério?! (Uma lagrima imaginária escorre em meu rosto, por dentro!)
(...)
Oh, Deus, como eu detesto sentir dor (eu acho que vai doer),como eu queria continuar bem, com meus 32 dentes , como eu queria que o que eu visse fosse o que realmente é, e eu não tivesse que me preocupar com os seres que crescem no obscuro.
Como é péssimo descobrir um “sujinho” nas frestas que nem se percebe, mas que aos poucos causa tanto estrago.
A voz de minha mãe do outro lado da linha disse que quando eu perder meu medo de avançar, não terei mais problemas com os dentes. Segundo ela, a boca fechada também diz muito. Principalmente os dentes. E segundo ela eu devia ousar mais. Agir mais. E de uma certa forma, gastar menos com dentistas!
Eu, que adoro ter motivos para sorrir, para dar gargalhadas, vou continuar escovando.
Vou usar lupas para verificar!
Até estou comendo menos doces.
Estou aprendendo com a boca.
Estou avançando.
Mas hoje eu não quero ser eu mesma nem ser como os outros que não são ninguém.
Hoje eu quero ser a Carla Bruni, porque a Michele vai ter que extrair o siso.
É o final do juízo!

terça-feira, 8 de abril de 2008

ALGUMAS PERGUNTAS

Sobre o que dizer do pecado
O que é?
O que seríamos?
Se soubéssemos o que é
o errado e o correto
Correríamos?
Procurando a grande resposta
Que não destruísse o que prezamos
Que siga em linha reta e oposta
Ao que desumaniza os humanos

Nós gostamos de dar amor
E gastamos nosso dinheiro
Quem não gosta de ter amor?
Quem não gosta de ser feliz?

Quem coloca as rédeas, será?
Quem liberta os gênios, será?
Se você quer ser, quem será?
Quem será que você é?

Quem acende as luzes, será?
Quem desliga o rádio, será?
Se a TV saísse do ar,
Quem seríamos nós?

Quem escolhe as roupas, será?
Quem nas passarelas, será?
Todos sendo cegos, será
que andaríamos nus?

Quem não se entorpece, será?
Quem não enlouquece, será?
Se houvesse culpa, será
que assumiríamos?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Todo menino é um rei


E eu, criança presa em brinquedos de trapaças, quase sem história pra contar
Você, criança tão liberta me tire dessa peça, e assim ter história pra contar
Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Em cantos, cantigas, canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar
(Amigo do Sol, amigo da Lua, Benito Di Paula)
É noite.
Por trás da TV, o mundo acontece.
Dilma Roussef movimenta o mundo. Bush movimenta o mundo. Putin movimenta o mundo.
As putas movimentam os corpos. Os corpos movimentam máquinas.
As máquinas movimentam a produção. A produção movimenta o capital.
E perto da capital, alheio à desordem dos movimentos, meu sobrinho se movimenta com a música de Madagascar!
Todos os meus sobrinhos são moleques.
Os moleques dão vida às coisas sem perceber.
Colocam cores em dias gris.
Enquanto eu fico perplexa com a afronta dos insetos, a prefeitura de Vila Velha coloca em movimento o Fumacê! É um carro branco que faz o barulho de um mega liquidificador e espalha a fumaça inseticida pela cidade.
Há pouco ele acabou de passar pela rua.
É tanta fumaça que parece gelo seco em abertura de shows.
O carro passou e atrás dele dezenas de meninos correndo, em meio àquela fumaça tóxica! Pareciam rabo de cometa!
Eles corriam e faziam algazarra, como se fossem reis. Os reis da rua.
Estranho, porque eu nunca vejo esses meninos em dias sem Fumacê.
Todos ficam escondidos em seus prédios cheios de grades.
Quando o Fumacê passa, brotam meninos do chão, só pra correr atrás! Depois, eles desaparecem como a própria fumaça.
Ah, esses meninos! Suas essências são atemporais e transcendem as esferas, a economia, as classes socias, as convenções.
Imagino que meu pai tenha sido um desses moleques...

Indicação: filme Minha vida de cachorro de Lasse Hallström

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Nós ou folha de flandres

Acho bonito esse nome: folha de flandres!
É lata, né?!
Sentei aqui hoje para observar os intervalos.
Enquanto isso, o eco das últimas conversas repercute em minha cabeça.
Os sonhos de vidro, os morangos do precipício, traumas e palavrões, necessidade, energias transformadoras, poesia em movimentos, músicas, sombra e luz, Deus e nós, a cruz de palha difícil de equilibrar, máscaras e enigmas...
Interessante como cada conversa fez sentido para a vida presente e como elas são reveladoras.
Como o outro é importante em nossas vidas, por mais que a colheita seja individual.
Hoje eu só quero expressar que existe um sentimento circulando aqui dentro do meu coração, algo inebriante! Acho que é uma espécie de felicidade.
Feliz por existir e por vocês existirem exatamente assim, imperfeitos.
Imperfeição de montar quebra-cabeças!
Imperfeição de impulsionar as buscas.
Deslumbre com o movimento da vida.