quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Viajantes


Venha, pequena estrela
Nós não temos nada a temer!
Esse caminho que percorremos nos fez fortes.
As cicatrizes do nosso corpo, da nossa alma, são capítulos vivos de um livro sagrado.
Dê-me a mão, porque até aqui nós podemos caminhar juntos.
Adentrar o arco-íris, adentrar os corações, avançar um pouco mais rumo a essas verdades que não cabem nos olhos.
Vamos deixar que o amor se expanda, pequena estrela.
Você me pergunta porque fomos criados.
Fomos criados para amar daqui até o infinito.
Estivemos na poeira dos planetas, na composição dos astros, estivemos nas montanhas, nos oceanos, nas florestas...
Estivemos nas cavernas, nos pântanos, nos paraísos...
Somos únicos, mas consubstanciados somos todos um só.
Viemos das mesmas mãos e temos o mesmo destino.
Você possui o segredo do universo contido em cada partícula, pequena estrela.
Sua proteção e seu amparo.
Tudo em você.
Não tema.
No conjunto perfeito, não importa o seu tamanho e nem os calendários.
Cada mistério que desvendar, eliminará um obstáculo no caminho e então será mais livre e mais integral.
Você integra o meu mundo e eu lhe entrego o meu amor.
E nisso consiste a magia, em saber que a vontade e o conhecimento podem nos mover a a grandes distâncias e transformar a matéria bruta em preciosidades.
Pequena estrela, tudo o que você foi colabora para o que você é.
E o que você é agora, é a única coisa que importa.
Você só precisa brilhar.
Cumprir seu destino e brilhar.
Porque é assim que Deus se revela!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um lapso...

Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram que havia uma guerra
e era necessário trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso, anterior a fronteiras,
humildemente vos peço que me perdoeis.


(sempre o Drumond - Sentimento do Mundo)

*

Eu apenas sei que preciso seguir.
Digo aos outros para irem avante, movimento meus músculos, verto suor e sangue para que todos possam sorrir e ver beleza em qualquer dia.
Então, chegam os dias de chuva e tempestade e sabemos no fundo que cada um suportará como puder.
E eu sei que não é raro eu querer simplesmente me entregar e parar de tentar ser o que pareço não ser.
Isso tudo o que nós construímos nos custou tanto esforço tanto tempo, tanto dinheiro e lágrimas que dói olhar para trás e ver que só demos um passo. Um pequeno passo.
Quero me libertar dessa sensação que me faz crer que estamos dando voltas.
O céu é tão imenso...
Não faço idéia do que seja o infinito.
Não imagino porque fomos criados.
Eu apenas sei que preciso seguir.
Como um instinto, como uma necessidade.
Como destino.
O relógio não perdoa nossas paradas.
Minhas células mudam, estrelas nascem e morrem no universo,
estou perto de mais um aniversário, de mais outro natal.
Continuo com medo da morte (da minha, dos meus), dos meus fantasmas e de finais tristes.
Talvez por isso eu esteja sempre apertando o reset, reiniciando o jogo perto do meio, perto do fim...
É assim quando estou no meio do jogo e tenho apenas uma vida.
Quais são as possibilidades de vencer quando estamos nessa condição?
Será que posso me tornar mais hábil e contra todas as possibilidades chegar à última fase e vencer o vilão que me dificultou o jogo o tempo inteiro?
Será que não vou sucumbir quando uma força quase magnética me puxar para o outro lado, arranhando minha alma com unhas afiadas?
Eu acordo em silêncio. Queria sorrir, queria suportar as verdades, queria ter força e boa vontade.E sinceramente, não queria colo.
Em alguma hora eu entrei pela porta errada.
Em algum lugar eu desviei.
De onde estou, vejo o oásis, vejo as luzes, ouço vozes familiares, mas não sei como chegar lá.
É como se estivessem numa outra dimensão.
Tão distante, embora rente a mim...
De repente é preciso saber a palavra mágica que vá abrir esse portal.
Mas não existe mágica.
Existe vontade.
Existem labirintos.
Existem leis.
Eu existo.
E esse é o meu maior enigma.
Eu apenas sei que preciso seguir.