sábado, 25 de abril de 2009

Crise nada, marolinha semântica!

Você acorda e tem um dia inteiro em branco ao seu redor.
Ainda não disse uma palavra a ninguém.
Então você pensa em milhões de coisas pra fazer, consciente que fará de fato, pelo menos duas coisas.
A primeira delas é se levantar da cama.
A segunda é o mistério da cada um.
Se eu tivesse uma nave espacial, ia querer ter também um sabre de luz.
A luz do sol está indo pro Japão.
A luz da tela do computador diante dos meus olhos é a única coisa que ilumina esse lugar.
Os últimos textos parecem tolices comparados aos dias áureos.
Hoje, só ouro de tolo.
Tomo uma decisão.
É hora do sblogonoff tirar férias.
Indeterminadas.
Quiçá, um dia a fúria desse front
Virá lapidar o sonho até gerar o som.


Tchau, amigos, eu sou a senhora "Sem Inspiração".
Atchim.
Saúde.
Amém.

Créditos para Sina do Djavan.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

PROGRAMAS PARA DONAS DE CASA

A cunhada disse que reparou na minha dificuldade.
Tem dia certo para colocar o lixo na rua e eu nunca lembro.
Da última vez, chegou a dar larvinhas e cheiro ruim.
Tem que prestar atenção nas teias de aranha.
As aranhas estão sempre fazendo teias. Pra quê?
Achei que era só olhar para as quinas da parede de vez em quando, mas tem que ser toda hora.
Tem que colocar as panelas em ordem na cozinha.
Tem que cozinhar na medida para não sobrar e evitar desperdício.
Ah, a cozinha...
Aquilo é um lugar hostil.
A faca, totalmente cega. Não corta nada, mas retalhou minha mão.
Agora explica, o eu acontece com as facas???
E aquela lingüiça?
Pensei que fosse só colocar na panela com óleo e pronto.
Era só esperar fritar.
Eu fiz isto, esperando bons resultados, mas o que vi foi uma noite de São João precedendo a hora do almoço.
A lingüiça explode, solta rojões, foguetes, e aquele óleo que espirra, além de sujar o fogão, o chão, e manchar as panelas adjacentes, também deixa o braço da gente cheio de bolinhas.
Você precisa ferventar antes, menina!
Agora fervento tudo antes. Até o arroz.
Qualquer carne. E evito frituras.
Aprendi a fazer pão de mel num desses programa de TV que passam de manhã.
Fiz. A gente nem usa mel na receita. Saiu um bolinho bem duro e preto.
Ninguém conseguiu comer.
Hoje lembrei do lixo.
Mais um dia de vitória nessa casa vazia.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Madrugada ensolarada


envelheço na cidade

Quero a Guanabara, quero o rio nilo, quero tudo ter, estrela, flor, estilo
*
Porque a paciência é uma conquista.
Não sei porque você pede a Deus pra que te dê o que você já tem, mas não exercita.
Vê? As coisas são tão simples.
Parece óbvia a idéia de que toda ação possui uma reação.
Mas na hora da prova, o óbvio se transforma em lágrimas e tormenta.
É tão fácil quando é com os outros.
Hoje essa chuva fina vem limpar o ar, molhar qualquer poeira perdida
Poeira invisível de se ver contra a luz
Poeira camuflada na cortina
Essa chuva faz um abril úmido e tímido
E além disso molha o edredon que ficou esquecido no varal.
Tudo está onde deveria estar.
Meu desejo de querer mais está onde deve.
Eu vejo os problemas ao meu redor
Eu sei dos problemas dentro de mim
Mas eu sei também que há sorrisos
Sorrisos que vão muito além do que riem as hienas
Sorrisos mais que amarelos, sorrisos coloridos.
E não é nada que oculta o mal.
É um sorriso consciente da própria beleza de sorrir.
É um sorriso que começa lá no coração e aparece sereno na superfície.
A paciência é uma conquista quando o mundo grita
Ás vezes você não entende.
E eu queria ter mais que palavras para explicar
Que isso é só um pequeno fragmento do que há pra ser vivido.
Que depois vem a brasa devorando o breu
Contudo, o breu não é ruim, nem a noite.
Muitas vezes a gente se revela à noite.
Certas pessoas só se desnudam no escuro.
E no escuro eu consigo sentir o seu olhar.
Eu sei que o seu olhar melhora o meu.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sequência das temporadas

E abril chegou mais uma vez, fechando portas, abrindo janelas e gavetas.
E porque não, outras portas?
Transporte - do passado ao presente - a única viagem possível a mim.
Porte de alma no planeta portátil.
E abril chegou úmido. Trouxe chuva e chocolates.
E vai trazer meu amor pro meu lado.
Até que eu passe além das Passagens!
E nesse passo, eu vou crescendo.
Somando todos esses outonos, noves fora, zero!
Eu sigo bem atrás de um Coração!
Nós vamos sob o vermelho de Marte, rumo à redenção.
Queremos paz na guerra constante.
Banana caramelada e chocolate.
Em certos dias, já foi o bastante.
Em outros dias, buscamos sentidos a mais.
Então, estamos aqui, mas nosso papel não está em branco.
São muitos riscos, paisagens e borrões.
São traços para continuar...
É o infinito enfeitando as datas e apagando as velas.
São as velhas!
São ovelhas
negras ou desgarradas


É o bonde do dom que me leva
Os anjos que me carregam
Os automóveis que me cercam
Os santos que me projetam
Nas asas do bem desse mundo
Carrego um quintal lá no fundo
A água do mar me bebe
A sede de ti prossegue
*
(Marisa Monte/Arnaldo Antunes/Carlinhos Brown)