quarta-feira, 4 de outubro de 2017

FRENTE FRIA

Eu queria ter uma bomba, um flit paralisante qualquer.

O medo é uma dor e eu não sei precisar se é como um parto ou uma espinha.
Sinto essas múltiplas mãos apertando algo por dentro e normalmente, comumente, fatalmente, felizmente, displicentemente o nervo se contrai com precisão.
Embora a ânsia e a melancolia dessas horas, não choro. Não sei se sei ou se posso.
Se já estivemos ali, construindo planetas, cuidando de seres intermediários, sendo modestamente cósmicos, o que estamos fazendo aqui ainda, nesse desterro?
É uma tarde fria, mas o frio acabou.

Estamos demasiadamente humanos.

... Mas no fundo eu nem ligo.