De vez em quando sinto uma flechadas. Meu peito dói e deseja alento.
Se eu fizer silêncio, consigo sentir o sangue escorrendo por dentro.
Respiro o indivisível sem alívio imediato.
Nenhum ato parece trazer ordem ao caos
Caos me quer? Bem me quer.
Talvez eu morra.
De medo. De Vergonha. De sono.
A dor, A roda, Adora.
É tanta palavra em decomposição
que recompostas, dispõem novos sentidos ao que antes era o olvido*
e que hoje é surda audição.
Reverta a ordem e verá os mesmos resultados:
o ovo, mirim, o radar
Entra ano e sai ano, depressão nunca é o plano na geologia das vivências.
E nós sabemos: Muita coisa não sai conforme o plano...
Tem as ladeiras das cidades históricas e a arqueologia do sentimento comprimida numa declaração de amor sem sinceridade.
Tem as ladeiras das cidades históricas e a arqueologia do sentimento comprimida numa declaração de amor sem sinceridade.
Curva em declive, líquidos, diáfanos e sólidos.
Por um segundo é a solidão quem desfere os golpes, as flechas.
Vamos quedar nossos braços no esforço da força maior?
Quem sabe não consigamos um fragmento da vitória?
Quem sabe, não conquistemos um pódio integral?
Quem sabe a gente não se indisponha com a derrota.
Não foi o GPS que indicou a rota certa com quilômetros a mais?
Nós chegamos. Não foi?
Não foi o GPS que indicou a rota certa com quilômetros a mais?
Nós chegamos. Não foi?
Não é o destino que importa? Ou será que não?
O que importa? Come torta.
Vamos ferver a solidão na vasilha de fazer o café.
E ela vai evaporar, vai difundir na cozinha alguma canção em La menor e fundar um município na parede engordurada.
Você não liga para as paredes, porque esses calos deixaram a pele insensível.
A pele que reveste o senso.
Essa insensibilidade não sai com perfex ou detergente.
A gente desenvolveu isso pelo caminho, os calos, a pele de paquiderme, os cravos, a unha encravada, seu nome cravado na bala sem doçura e sem papel.
E então? Como é que faz pra ter de novo aquela sensação de ser a Meryl Streep na cerimônia do Oscar?
Quando eu não sei o que fazer, me sinto um número reduzido depois de todos os noves fora.
Então faço uma banana pro nada, ou pro espelho.
Já encurralou uma formiga com água?
Não tem saída por aqui.
Só se a gente voasse...