terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pra quando a energia faltar...

Sabe quando você vai riscar um palito de fósforo e ele se quebra?
Sabe quando você risca várias vezes até que o fósforo se gaste e o palito fique perdido?
Alguns dias são assim.
A gente acorda com ansiedade, pensa numa coisa o dia inteiro e o mais perto que você consegue chegar é do "quase".
O quase, linha que separa o impulso do resultado.
O quase, a tinta que desbota a mais sincera expectativa.
O quase, arauto da frustração.
O quase, cemitério dos desejos e das conquistas.
Mas não tem nada não...
Há sempre outros fósforos na caixa.
Há sempre outras caixas de fósforos.
Há sempre um Magic Clik pra quando a energia faltar.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Rumos


Às vezes a gente acelera sem saber qual o destino.
No fundo, a gente sabe que tem pra onde voltar.
Se tudo é sequência, dá pra retornar e continuar dali.
É saber renunciar o mergulho no desconhecido,
mas ao mesmo tempo reinventar a felicidade no território que deixamos pra trás.
Se eu me afasto de você, com esse vento, nesses quilômetros, é porque a lágrima tem que se tornar alguma outra coisa. Um arco-íris! Mas eu sei que estou por perto.
É que de vez em quando o mundo parece que se expande enquanto o quarto diminui.
E de repente surge aquela necessidade de expandir também, de romper os limites que por muito tempo deixamos ali, como marcadores da nossa capacidade. É só uma coisa se quebrar por dentro pra gente querer provar que os limites são elásticos, que sempre dá pra ir um pouco mais além. Quando não dá, ainda sim podemos retornar e reinventar a felicidade no território que deixamos pra trás. Lutar com as armas que possuímos e não ser tão radical. Não são apenas duas respostas. Sim ou não.
Olha só tamanho do universo! Olha só o início da primavera!
Nem sempre eu sou a mocinha da história.
Com as características que eu tenho, não dá pra ser mesmo.
Apesar disso, eu sei que estou por perto.
A linha de chegada se aproxima,
mas quando a onda quebra sobre você, não há o que fazer.
Você está entregue ao mar.
*
*
*
Bia, saudades, saudades, saudades de você, irmã interplanetária!
Saudades da Brenda me acordar domingo cedo pra andar na praia, saudades de terça-feira à noite com a D. Bátima assistindo Toma lá- da cá, saudades do café quente e fresco (!) do Sr. Henrique.
Nem sempre eu provo do jeito padrão, mas eu sei o que sinto.
É que vim ao mundo meio desregulada...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mais do mesmo!

Come on baby, ligth my FIREWALL, para não deixar passar nenhum vírus letal pelas portas desse café, ou se passar por The Doors no Windows XP. Para que nenhum Hacker invada este espaço e que não seja invadido por um rato qualquer... A não ser os ratos de prestígio, assim como Ratatoille, assim como o Topo Gigo, Mickey mouse, lap top less na areia digital, ondas e tijolos. Use proteção de tela para sexo virtual. Norton nos norteie, nos defenda de uma virOSE Osbourne, I just want you, Iron MAN, DIGO sem esMOLAS encolhidas na temporada ideal. Impulso. EuroTrip pelo guia do Terra. França, Itália, Holanda. Se ouvir Chico BuARQUE com as conseqüências. E tenha fé se for ler NietzsCHE Guevara a noite em claro na Alemanha, na ArgenTina Turner, cabeleira black POWER POINT no Brasil. Na Europa, tu ropas, ele ropa, ele rompe, nós rompemos. Ele foi. Você vem. Se vier clandestino dentro de um container, contenha seu grito e mantenha a sanidade. Abstinência, coca-cola e rock em ROUpa nova do imperaDOR de cotovelos como as de canções dos traídos. Eu que sigo distraída, não quero ouvir refrão de música sertaneja. Do sertão, quero as veredas e as neologias cor de Rosa. Quero um tridente e duas asas. E no meu café quero abundância, não essas revistas cheias de rostos melhorados em Photo Shop. Juca Chaves já dizia que a beleza de uma mulher não tá na cara. Tá na jura, tá na jura...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

É de gelo, é de tempo, é de manjericão...


Estou às voltas como tempo esses dias. O tempo é surdo e não nos ouve. Ele simplesmente passa. Cheguei a afirmar em um post anterior que as coisas eram feitas de linguagem e tempo. Não falei apenas de linguagem falada, mas de linguagem como expressão, comunicação, como uma tela cujas características fazem com que você identifique o artista que a pintou. A linguagem está impressa nos blogs, na arquitetura, nos desleixos e nas belezas da cidade, nos banheiros públicos que a falou, nas pichações que poluem e cansam as retinas, nos grafites, na forma de andar, na forma de um povo se vestir, de comer, de festejar, de popularizar certos esportes, na forma de um povo elaborar suas leis e julgar os seus, em tribunais ou não. É algo cultural. A cultura é a linguagem. Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo.
Mas porque eu estou falando essas coisas? É porque acabei de tomar sorvete de casquinha. E sorvete é todo tempo e linguagem (no seu sentido mais superficial). Sorvete ao ar livre tem prazo pra ser consumido, senão derrete. No copinho ele se transforma num mingau gelado, mas na casquinha, o tempo voa, amor, e o sorvete escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir!
No Brasil, lá na década de 30, um navio norte americano aportou no Rio e trouxe toneladas de gelo em bloco que um comerciante chamado Deroche usou como base para o suco de frutas. Era a forma precária de se produzir sorvete (ainda não tinha leite na fórmula). Só que não havia freezers e ele tinha dificuldade para conservar o sorvete sólido depois do preparo. A solução foi o que se deu: ele publicou no jornal a seguinte propaganda: “Sorvete todos os dias, às 15 horas, na rua Direita, nº14.”. Pensa?!! Outra coisa no sorvete é a capacidade de transformar um erro em prazer. Eu sou fã incondicional do sorvete de flocos, e segundo o Manô, o sorvete de flocos nasceu da sucata do Eskibon (produzido pela Kibon desde 1941). É a reinvenção do improvável. É a linguagem alargando os limites do mundo, fazendo os cacos de vidro tornarem-se peça de um caleidoscópio.
O prazer, a dor, as coisas todas passarão, e nós todos passarinhos, mas nossas marcas estarão aqui, impressas na ordem universal, eternizadas em outras dimensões, embora o sorvete, em qualquer delas, sempre derreta!

Uni duni duni tê, ô ô ô ô
Salamê minguê, ô ô ô ô
Sorvete colorê
Sonho encantado onde está você?

Estrelinhas de hoje: Emmanuel (o tempo é surdo), Wittgeinstein (mundo e linguagem), Lulu Santos (Tempos Modernos), Carlos Eduardo Novaes (reportagem sobre o sorvete com hora marcada), Mario Quintana (Poeminho do Contra) e Trem da Alegria!

sábado, 12 de setembro de 2009

Urgência


Talvez seja porque o tempo roça meu calcanhar com fúria e fome.
E você sabe, eu não posso me render a essas coisas...
Essas coisas que são de um jeito aqui e de outro jeito em outro mundo, em outros espaços. Reinações da velocidade ou da luz. Sei lá... As duas juntas fazem o escarcéu (!).
O tempo está atrás de mim, em minha frente e por dentro.
Se eu explodisse agora, seria tempo também. Tudo era tempo. Tudo foi tempo, mas nada do que foi será de novo e algumas coisas que vão, voltam, tipo o João Bobo.
Um papel em branco, A4 é uma possibilidade quase mágica.
Sem definições e sem diagramas, sem a impaciência de configurar a página e ver que a impressão se deu conforme o esperado.
Conforme o esperado...
Não dá um frio na barriga quando esperam algo de você, mesmo que seja apenas você de qualquer forma, do jeito que vier?
O início de Come as you are foi a primeira coisa que toquei no meu violão, só porque era mais fácil do que fazer “quem quer pão.” Fiz promessa pra ganhar aquele violão, o primeiro (Todynho,meu companheiro de aventuras!). Eu tinha 13 anos e muita expectativa. Disse que iria caminhando da minha casa até a escola que eu estudava. Eram 15 Km. Eu nunca cumpri. Deve ser por isso que eu toco mal pra caramba. E hoje eu nem acredito em promessas, embora ainda sinta vontade de voltar lá naquela antiga casa e perfazer o caminho prometido. Cumprir alguma coisa e não prometer mais nada. Pra mais ninguém.
Mas são todas informações impressas no tempo, com margem esquerda e direita relativamente indefinidas.
A cada enter que aperto é um prazo que expira no mundo e estou cansada de chegar ofegante. Cansada. Ofegante.
Vamos, senhores, que tudo é urgente.
E gente, dizem por aí que a vida não faz sentido. Quem faz sentido é soldado. Mas acho que existe um sentido pra tudo sim. Eu é que não sei entender bem.

Mais puro é o amor...

Mas a incerteza traz inspiração
Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso
Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é pura alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia
Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais
(Teatro Mágico - Sonho de uma flauta)

Hoje as estrelinhas vão para: Einstein (Teoria da Relatividade), Lulu Santos (Como uma onda), Nirvana (Come as you are), Marisa Monte e Cia (Levante) e Teatro Mágico

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Trancrições da Madrugada

E então, no fim você descobre que todas as coisas são compostas de linguagem e de tempo.
Você se envolve em tantas coisas diferentes em sua trajetória que nem consegue entender muito bem como foi capaz de certas escolhas. No fim, traz inscrito em cada ato um pedido de socorro. Nas lágrimas ou nos murros. É desolador ver que o mundo não tem tantas escoras assim e nem tantas respostas. No deserto, parece que o mundo nem tem tanta gente. A madrugada parece um recreio, mas tem alguém que pode roubar o seu lanche. E você vai precisar ser o super homem, o Überman. Vai precisar se bastar. Vai aprender que a fé é a confiança na extrema incerteza, é se agarrar numa barra que não pode ser vista nem provada. É superar os sentidos e se entregar num pulo acreditando que haverá chão mesmo quando dizem que ele não está lá. Você vai passar nesses paradoxos e descobrir que o maior deles é o amor, do jeito que se entende por aqui. E então, no fim você descobre que não há fim, só passagens. No fim não há considerações gerais a fazer. Está tudo aí para quem quiser ver...
*
Michele quase no fim de seu imenso trabalho, que levou quase uma vida toda.
Estrelinhas para Nietzsche, Baiano e os Novos Caetanos e Aimee Mann

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Quem se importa?

"A penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores".
Platão
*
*
Ah, Elga...
Eu estava aqui quietinha, preocupada com meus loucos e com seus crimes e você vem levantar essa bandeira! E eu não posso ser indiferente a isso, pois há uns dias fiz um discurso inflamado sobre o atual panorama ético-político do nosso país. Ficar sem reagir agora seria muito incômodo! Seria confortável continuar com meu pão e com meu circo, meus conflitos e minhas letras, mas o verde e o amarelo cabem num post e principalmente as estrelas. O país está passando por momentos graves, pois a parte afetada é a base da democracia, de toda construção política moderna: a ética. Eu gastaria várias linhas, livors inteiros para falar sobre ética, mas não pretendo escrever agora para acusar governos e governantes, mas para chamar a atenção sobre o nosso papel de cidadão. Sobre toda a responsabilidade que temos com o poder que só existe e se manifesta em função do seu povo. Não há aquele ditado de que cada povo tem o governo que merece? De uma certa maneira, nós merecemos isso sim, pelo nosso silêncio, pela nossa indiferença, pela nossa preguiça de pesquisar a história dos candidatos, de pesquisar de estudar os planos de governo de cada um, pela nossa descrença em cobrar de maneiras adequadas a efetivação das propostas, pelo nosso descaso em dias de eleição, pela negligência do próprio voto, pela alienação política que nos afeta e nos torna incompetentes para a democracia. Somos brasileiros com muito orgulho e com muito amor só quando somos torcida?!? Democracia é mais que futebol, que natação, que qualquer esporte. Porque os campeonatos sempre acabam, mas nossas vidas seguem. Muitos deram a vida para que pudéssemos ter direitos hoje, inclusive o de escrevermos o que quisermos em um blog. Não se comprometer com o país é desvalorizar a luta pelo progresso.
Já entregamos nosso ouro nos anos 60 para um movimento democrático muito suspeito.
Que a responsabilidade não nos faça entregar de bom grado o nosso orifício circular corrugado também. Ta, gente, como queiram... o nosso cu.
Foi lançada uma campanha para que participemos das atividades do dia 07 de setembro em nossas cidades, mas eu desconfio de campanhas impostas de forma vertical. Por isso vou aderir a essa da http://www.omundobythais.blogspot.com/ , porque eu acredito é na rapaziada!
*
BRASIL, MOSTRA A SUA CARA, QUERO VER QUEM PAGA PRA GENTE FICAR ASSIM!
*
Comemoramos o Dia da Independência do Brasil, resgatando nosso patriotismo adormecido e protestando contra os abusos, a corrupção e a impunidade de uma classe política que zomba e se lixa para nós. Repasse essa campanha adiante. Nosso país agradece.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mola (Natureza Morta)

Vale lembrar que tínhamos um pacto
Que por descuido foi quebrado
Jazia por ali um amor, antes intacto
Velado com muito cuidado
Era agora um corpo inerte sobre a mesa
A fruta que morria por dentro
Foi o primeiro anúncio do outono
Seu grito de liberdade
Era tudo o que se ouvia
O som das folhas ao vento
A denunciar sua partida,
O silêncio ensurdecedor do meu peito
Ninguém ouvia
O silêncio ensurdecedor do meu peito
A denunciar sua partida
O som das folhas ao vento
Era tudo o que se ouvia
Seu grito de liberdade
Foi o primeiro anúncio do outono
A fruta que morria por dentro
Era agora um corpo inerte sobre a mesa
Velado com muito cuidado
Jazia por ali um amor, antes intacto
Que por descuido foi quebrado
Vale lembrar que tínhamos um pacto
*
abril/2005