segunda-feira, 26 de junho de 2017

ESSE É O SHOW DA LUNA...

Não é desejo, nem é saudade
Sinceramente, nem é verdade
L'Aventura - Renato Russo

É quase uma hora da madrugada.
Como não tem sol, ainda parece domingo.
Acabei de encontrar o carregador do celular debaixo da pilha de roupas que está em minha cama.
Estou morrendo de sono, a cabeça explodindo e mesmo assim não consigo dormir. É como se tivesse um alarme disparado dentro do meu corpo todo.
Não sei definir o que estou sentindo. Não sei ser precisa, não sei se preciso...
São tantas pessoas, fatos, situações, que agora eu poderia ser uma vitamina de frutas, ou um mix de mim.
Rodo a roleta imaginária e espero a seta parar em um assunto para eu discorrer nessa madrugada fria.
E... voilà! Você!

Senti sua falta por causa da NetFlix liberando as séries no inverno.
Hoje eu te vi.
E sabe... Isso não me perturbou da maneira que eu achei que pudesse perturbar.
Perturbou de um jeito diferente.
Eu te vi seguindo a vida e isso me deixou feliz por você. Me deu certa paz.
Eu havia  te excluído de tudo para não te ver e não ter que pensar em você nem por acidente, mas o quadrado é pequeno e os links são diversos.
Então te vejo e te verei.
Mas hoje consegui não ter ânsia de vômito por ver encarnado em minha frente um fantasma que me assombrou por anos e agora não é mais fantasma. É verve!
Metade das coisas ficam sem graça quando perdermos o medo de fantasmas.
O que é minha vida sem o drama?
Chega a ser desolador, porque assumir que estou bem é consumir minhas muletas.
Não posso mais dizer que estou quebrada para evitar seguir adiante com quem quer que seja, ou comigo mesma!
Não posso mais dizer que estou meio presa ao meu passado com você, à nossa história.
Não posso mais culpar o luto ou o fato de não ter tido as qualidades necessárias para fazer nossas vidas se encaixarem.
Pra ser sincera, eu nem queria encaixar nada depois que mudamos de jogo.
Eu queria era só ficar triste e com crise de identidade, sabendo do seu prosseguimento feliz enquanto eu me auto - sabotava.
Eu queria te culpar, e sem razão, cada vez que aparecia alguém que me ferisse, ou cada vez que eu me metia em encrencas, ferindo alguém.
Mas agora não vai ter mais nada disso, porque hoje não doeu.
Estou em minha cama cheia de roupas (lavadas), sem muita culpa e sem nenhuma vontade de dobrar minhas calcinhas como origami só pra te mostrar através do cosmos que eu tinha qualidades para você admirar, mesmo com algumas pessoas admirando virtudes minhas que você nem via.
Eu faço origamis de papel. Mas tanto faz...
Isso há muito tempo deixou de ser sobre você.
Você eu amo.
Já faz tempo que é de uma maneira diferente, só que eu ainda tinha um pouco de dúvidas até te ver hoje.
Então ficou estupidamente claro que o que sinto é sobre mim.
Eu não sei exatamente o que fazer com tanto oxigênio em volta.
E não falo por causa da liberdade.
Na verdade, descobri que nunca houve um mandado de prisão. Percebi que as grades e a sentença eram imaginárias e percebi que estou assustada.
A verdade está lá fora. Mas...
Sei lá se quero ir...

Eu quero saber por que o gato mia? Verde por fora, vermelho por dentro, é a melancia!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Como diz o Billy

Eis aí o inverno!
E quem somos nós agora através de todas as estações?
Estamos reunidos aqui depois desses passos e devemos ser outras pessoas não é?
Outras pessoas melhores, com mais lições aprendidas.
Não devemos?
Mas existe um sentimento lá dentro de nós que se parece muito com aquela coisa quando estávamos prestes a dar o primeiro passo nessa jornada.
O primeiro.
Uma coisa que sabe de si, mas que não sabemos o que é! Essa coisa que nos retalha, impulsiona, sangra um pouco e faz com que a queiramos desvendá-la. Essa coisa que mesmo sendo dura e fria, me faz querer colo e quem sabe, uma varanda com balanço ou rede?
É uma coisa que se alimenta de paradoxos e me desconfigura sutilmente.
Essa coisa me segue e eu corro na lâmina dessa aflição...

Como diria o Billy, vamos lotar o inverno com nossas boas intenções!