Não sem dor, fui aprendendo ao
longo da minha vida que eu fazia parte das minorias.
As bandas que eu gostava,
quase ninguém conhecia. Os livros da minha estante não eram os mais vendidos.
Os filmes da minha lista (com exceções como a franquia Star Wars) não
estouravam bilheterias. Os versos que eu inventava, com sorte, alguém entendia.
A religião que eu abraçava até pouco tempo atrás era alvo do preconceito e da ignorância,
assim como a minha orientação sexual. E
pra mim estava ok ser da minoria, ir na contra mão, não ter um bando numeroso e
nem uma banda em propaganda de refrigerante. Depois que eu entendi que eu só
preciso estar racionalmente sintonizada com meu coração, nunca mais sofri por
não pensar como a multidão e pela multidão não prezar o que eu admirava. Cabe o
mundo inteiro no vasto mundo e cabe a mim desejar que as coletividades amem acima de
tudo, acima das diferenças que nos caracterizam.
Mas hoje eu lamento. Lamento que
meus ideais sejam da minoria. E com todo o respeito que devo no espaço que
compartilho com a maioria, eu acho que se todos enxergassem as coisas que são
óbvias, talvez a multidão não escolhesse Barrabás. Talvez acolhêssemos outras
vozes que transformem os desejos de melhora de todo mundo em flores e não nesse
pileque homérico da maioria.
Eu ainda sigo confiante que
possamos aprender grandes lições, mesmo que colhendo nos campos da consequência.
Eu ainda acredito que podemos cuidar do que se ganha em se perder.
Mas hoje, eu lamento pela maioria
que ao meu ver, ainda não vê e insiste em não ouvir através de megafones que a gente não vende fácil o que não tem preço.
A gente não levanta bandeiras sem saber direito qual é a causa.
A gente não dá o microfone para alguém que deseja nos silenciar...
Pelo menos não devíamos.
A gente não dá o microfone para alguém que deseja nos silenciar...
Pelo menos não devíamos.
Vai ficar tudo certo, eu sei.
Os anos ajeitam a história, mesmo que eu sacrifique os meus trilhando uma parte mais escura desse caminho.
Todavia, hoje eu lamento. Muitíssimo.
Todavia, hoje eu lamento. Muitíssimo.
Dia 17/04/2016 (a gente rejeitou de novo a pedra de esquina)
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