Às vezes me
sinto flutuando.
É curioso,
porque isso acontece nos dias mais densos.
Parece que fico mais leve do que
tudo ao meu redor, mas acho que pode ser o contrário.
É o mundo
todo que flutua, não eu.
Pensar nisso
me faz cair enquanto o chão nunca chega.
As coisas
estão flutuando numa esteira invisível, de cabeça pra baixo.
E o chão
nunca chega.
Nem o céu.
Estou no
espaço e não encontro sua mão. Quando encontro não alcanço. Quando alcanço, me
desfaço e descubro outro espaço entre nós.
Não sei se é
cedo ou tarde demais pra dizer adeus ou pra dizer jamais.
Talvez nem
tenhamos que dizer nada.
Talvez seja
só gritar silenciosamente, enquanto as nuvens nos atravessam.
Ou ficar em modo avião.
Está ficando
cada vez mais difícil respirar e mal consigo formular uma prece.
Desejo que a
sexta passe depressa e que dezembro demore a chegar.
Estou
flutuando como um astronauta na lua e quero ter aquela fênix brilhante no
peito.
O que é
preciso fazer?
E então as
letras pequenas me rodeiam e não quero ler nenhuma.
Não estou
pensando nisso.
Na verdade, nem
estou pensando...
Um comentário:
"Jogue suas mãos para o céu..."
Equilíbrio distante...
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