segunda-feira, 29 de setembro de 2014

90 segundos


"Tenho 62 anos e, pelo o que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. Digo mais. Desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso. (...) Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto e vá acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano, um pedófilo (????????????? Não entendi? - Grifos meus)  Está certo!. (...) Eu, como presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está, mas jamais estimular a união homoafetiva.

O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para 100 [milhões]. Vai para a Avenida Paulista, anda lá e vê. É feio o negócio. Gente, vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de dizer que sou pai, avô, e o mais importante, é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá."

(Resposta de Levy Fidelix à pergunta de Luciana Genro no debate com os presidenciáveis na Record dia 28/09/14.)

Game over, meu caro!

4 comentários:

Anônimo disse...

Episódio mais conhecido como: Como destruir sua reputação em
90 segundos.
Lamentável.
Nunca será, nunca...
GFP

sblogonoff café disse...

Pois é...
E há muitos que pensam como ele.
Na verdade, avançamos mil passos e sabemos que certas coisas levam tempo para serem tratadas com naturalidade e respeito.
Acredito que já não é hora de guetos.
Acredito que é hora da comunidade GLDqwlkwqwudhjT (São muitas letras eu já nem sei mais) parar de agir como se a vida fosse uma boate e lutar por seus direitos com responsabilidade e o respeito que o amor merece.

As mudanças não vieram par amovimentar um lado só.

Anônimo disse...

Ao assistirmos a Levy Fidelix participando do debate da TV Record com candidatos à presidência da República, podemos tirar uma conclusão muito otimista: nossa democracia é forte e sólida. Indestrutível. Só ela, em sua magnitude, para garantir voz a uma pessoa que se mostrou indigna de ser ouvida até pelo mais retrógrado dos eleitores.

Curioso é que pessoas que raciocinam como Fidelix — por terem postura conservadora e alinhada com “a maioria” — não são as que enfrentam ditaduras, muito menos as que sacrificam suas vidas em nome da liberdade. Pensamentos totalitários florescem obviamente em regimes de opressão.

No Brasil, os verdadeiros democratas foram perseguidos, presos e torturados para que, décadas depois, um homem viesse em cadeia nacional proferir barbaridades, impunemente. Nessa hora, entendemos com perfeição como um político pode ser parasita da democracia: usando-a para desqualificar o debate e conclamar a maioria a “enfrentar” uma minoria.

Em um minuto e meio, Fidelix conseguiu resumir o que pensa uma parcela da população. Isso é um fato, sobre o qual não cabem julgamentos. Mas um fato superior é o de que, em sociedade, a tolerância e a capacidade de conviver com a diferença é o que separa uma democracia de regimes segregacionistas, fundamentalistas e ditatoriais.

Basta lembrar quando tribunos incitavam a morte de cristãos. Quando parlamentares, em pleno século XX, subiam num palanque para exigir a destruição do povo judeu. Defender a existência do outro é garantir a própria sobrevivência da raça humana em suas infinitas peculiaridades de pensamento, crença e escolha. Fora disso, perdemos a dignidade.

Tudo tem seu preço. Na democracia, é feito um rateio: todos precisam arcar com a responsabilidade de preservar a liberdade e os direitos individuais. Ninguém pode se abster desse compromisso, muito menos um homem público. Que ninguém possa levantar a voz para perseguir grupos ou pessoas.

Quando um político, mesmo que nanico em tamanho e caráter, conclama a população ao enfrentamento de uma parcela da sociedade, não cabe mais nenhuma condescendência. Não, não é engraçado. Não, não é liberdade de expressão. Não, não é um direito. É crime.

Artigo de Antônio Araújo

Unknown disse...

Você tinha razão: a Luciana armou a arapuca e o infelix se deixou prender nela. Assusta, porém, essa direita que agora mostra a cara. Achava que nossa sociedade atingira já um amadurecimento superior. Tem sido tempo de sofrimento por concluir que meu sonho ainda está longe.