quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MASSA PODRE

Das empadas, prefiro aquelas feitas com a tal massa podre. Parece que a denominação provem do excesso de óleo que faz com que a massa se desmanche facilmente. Nome inconveniente, mas a massa é gostosa. Eu sempre comi, mas nunca havia procurado saber de onde vinha o nome. A gente não se importa e também não se pergunta muito sobre a origem das coisas e seus efeitos. Se é gostoso, consumimos. O pior, mesmo quando sabemos que não é saudável, raramente evitamos certas coisas. A Coca-Cola por exemplo, a gente sabe que ela desentope pias, desenferruja as coisas, faz mal para o estômago, derrete os ossos, entre outras coisas, mas qual de nós deixou de tomar Coca-Cola por saber disso? Levante a mão!!!Bom, o fato é que o conhecimento do mal não afasta o mal necessariamente, porque o mal é bom às vezes e o bem cruel, que o diga a tigresa! Tem gente que se compraz no sofrimento por achar que mais adiante a dor vai passar. Eu mesmo continuo tomando Coca-Cola, mesmo sabendo de seus danos e sei que muita gente sabe e toma. Quem é que liga realmente? Como é que tanta gente inteligente usa drogas e danifica o cérebro, mesmo sabendo dos efeitos malignos do vício. Quanta menininha fica grávida, mesmo sabendo da prevenção. Quanta gente contrai HIV por negligência? Isso sem falar das árvores que caem, dos carros que a gente continua lavando com mangueira, da TV que a gente assiste com a luz da sala apagada...Pois é, não é tão fácil tirar o espinho mesmo sabendo que ele nos causa dor. Existem os masoquistas inconscientes e existe também a consciência da própria burrice que persiste em não mudar. São nossas escolhas. Entre a dor e a delícia de sermos o que somos e vivermos o que vivemos, a vida passa.
Um dia a gente aprende!!!
Ou não.
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Control+c/control+v de mim mesma. E os cabelos? Quanta diferença...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Parênteses

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
(A Seta e o Alvo - Paulinho Moska)

É um dia comum, como tantos que vivemos.
Aterrissei minha espaçonave no telhado desse café, e mesmo que um desmoronamento possa ocorrer, fico aqui, sem medo, esperando o tempo fazer algum efeito em meus sentidos no agora.
Não vai cair. Estou sob a proteção dos deuses de Eves.
A propósito, Eves é um planeta que surgiu na cabeça do meu irmão, Jônatas.
Jônatas era um cara enigmático, aliás, é um cara enigmático. Tinha um amigo invisível (não acredito que era imaginário), o Vico. O Vico vinha do planeta Eves. Vico de Eves!
O Vico viveu entre nós. Comia, dormia e brincava entre nós. Eu sempre respeitei sua presença, embora nunca o tivesse visto. Um dia ou outro, a gente sentava em cima do Vico, então o Jônatas socorria. Para facilitar, foi destinada uma cadeira especial para ele, na mesa de jantar. Foi assim até o dia em que ele disse que teria que ir embora em sua nave. Minha mãe fez uma festa de despedida, com bolo e brigadeiro!
Convidamos alguns amiguinhos e ninguém entendeu nada do porquê daquela festa na garagem! Ninguém via o Vico.
Isso faz uns 20 anos...
Então, um dia em 2005, sonhei com um menino azul, desses de seis braços, como Shiva. Era uma época mais ou menos conturbada de minha vida. Esse menino do sonho tinha uma flauta transversal. Vê, que idéia?!
O fato foi que ele soprou meu rosto e o vento balançou meu corpo inteiro.
Ele me disse que era o Vico, nosso amigo de infância. Disse que aquela era uma mensagem de Eves para mim e que as coisas ficariam bem. E como mágica, nos dias subseqüentes, as coisas realmente ficaram bem.
Não lembro direito do rosto do menino do sonho, mas lembro que foi assim.
Desde então comecei a emanar Sopros de Eves pro mundo. Um sonho pode ser apenas um sonho, mas um desejo é muita coisa. Quando digo "Sopro de Eves", imprimo ali o desejo de que ele surta o efeito levemente mágico que teve para mim.
E quando desejo, é menos automático do que quando digo apenas "abraços" nos finais.
Bom, a explicação era para ser apenas um parêntese, todavia, parênteses às vezes se estendem, transformando-se em períodos autônomos.
Eu por exemplo, era para ser outra coisa, mas abri parênteses existenciais e acabei saindo da rota. Hoje, encostada aqui no balcão desse boteco, sou apenas fração de tudo o que poderia ter sido.
Quantas vezes conseguimos manter o plano original?
E se o alvo na certa não te espera?
Por falar nisso, ele reclamou que "Corria todos os riscos e eu deixando a porta se fechar. Queria saber a verdade e que eu me preocupo em não me machucar.” É claro que eu preocupo em não me machucar. Vocês também não se preocupam não? Até quem se arrisca e segue, pensa em não se machucar.
Foi por isso que me prometi não mais amar.
Acontece, meus caros, que promessas como esta, resultam em nada, porque o coração zomba das promessas!
E certos parênteses zombam das frases!
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Não era disso que eu queria falar...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Embora aqui seja quente


Ah, Josephine, você me instiga!
Continuo afirmando que as coisas são perfeitas.
Entretanto, é preciso flutuar pra ver tudo isso. É preciso entender que toda causa tem efeito e que esta é a lei que rege o universo e que o torna harmônico. Nisto consiste a perfeição.
Eu nunca quis dizer para ninguém se contentar com tudo do jeito que está. Melhore as causas que os efeitos melhoram, ué! Simples. (Deveria ser).
Eu só quis dizer : Não se desespere, não se entregue. Isso aqui funciona sim!
O mundo é tão maior que nós...
Eu já te falei isso.
Porque perfeição em formato mínimo, Josephine, só nos flocos de neve.
Oh you look so beautiful tonight...
(City of bliding ligths)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Josephine, todas as coisas são perfeitas

Existirá - Em todo porto tremulará a velha bandeira da vida
Acenderá todo farol - Iluminará uma ponta de esperança
E se virá, será quando menos se esperar, de onde ninguém imagina
Demolirá toda certeza vã
Não sobrará pedra sobre pedra

Não é porque o dia amanheceu chuvoso que o sol não continue brilhando ali por cima.
A toupeira viu o cometa pela poça lamacenta, se lembra?
Até a poeira sobre os móveis tem razão de ser. Ela não estaria ali se você limpasse.
Tudo, tudo Josephine, está de acordo com as leis gerais. Não percebe a engrenagem da desordem?
Não se preocupe, o perfume não deixará de existir, nem os abraços, nem os sorrisos. O prazer segue ao lado da dor. O mundo não está perdido.
Todos os dias cérebros são arrebatados, ou com revólveres, ou com informações ou com entorpecentes. A dor de dente, a fome, e a pizza de enchovas, o parque de diversões, o circo malacafento de cinco reais, o Circo do Sol de trezentos reais, os elefantes e os macacos em extinção, todas essas coisas continuarão existindo juntas. Coexistir.
Você acha que guardarão seus segredos para sempre, Josephine?
A função de um segredo é se revelar como um botão de rosas.
Mesmo os seus.
O planeta agora é uma grande bola pulsante, pronta para explodir.
Caso isso aconteça, você vai explodir junto, assim como eu, como eles e todos os outros pronomes. Cada um de nossos átomos (ainda acentuados como as curvas da estrada de Santos!) percorreria todos os anos luz que nos separaram da verdade por todos esses anos e reconstruiríamos, partícula por partícula, uma nova galáxia.
De que cor ela seria?
Por isso não se afobe agora. A pulsação pode permanecer por décadas, como se você caminhasse sobre um campo minado e mesmo assim, seria possível ter paz, sobretudo na grande explosão.
Porque todas as coisas são perfeitas, Josephine.



Enquanto isso, não nos custa insistir na questão do desejo.
Não deixar se extinguir. Desafiando de vez a noção

na qual se crê que o inferno é aqui.
Existirá - E toda raça então experimentará para todo mal a cura.
(A Cura - Lulu Santos)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Eu ia deletar o post abaixo. Ia deixar uma televisão desligada no lugar, mas resolvi apenas seguir. Por mais que eu queira um botão de “reset”, só é possível o “play”!
Descobri que não existem reinícios, mas sim continuações. E até que sou bem aventurada! Se eu abrir os olhos, verei com certeza os anjos ao meu redor. Todas as luzes! Olhem só, os comentários ao post abaixo!! Eles me fizeram chorar sim, mas foi diferente do que desejei hoje pela tarde. Vocês, mesmo distantes foram necessários. Sou grata a todos.
Seria muito bom se fosse possível apertar o start e começar do zero (que redundante, né?!), como no vídeo game.
Só que isso aqui é mais que um jogo.
Jogos acabam com o "Game Over".
A vida não.
Que bom!
Vila Velha, 15 de outubro de 2008.

Hoje é mais um dia quente, porém, aqui dentro desta sala, meus músculos doem perto do frio artificial do ar condicionado.
A rua parece outro mundo.
Os dias passaram, mas a angústia não passou. E o pior de tudo é que não tenho a quem recorrer, a não ser eu mesma. O grande problema, é que não sei necessariamente como me ajudar, como não me tornar uma kami Kase agora e acabar prejudicando outras vidas.
Detesto ficar triste e confesso que acho que deve haver algo muito anormal em alguém que está constantemente triste. Não é assim que é pra viver. Gente é pra brilhar.
Eu tenho aqui vários sentimentos, mas ainda não sentei para encarar nenhum.
Hoje eu queria escrever sobre a emoção que senti ao saber que o filho do meu irmão caçula já habita o planeta pelo lado de fora. Meu sobrinho Yan! De qualquer forma, eu queria que ele sentisse que embora o mundo seja um lugar muito perigoso, é também cheio de belezas que podemos tocar e de belezas que apenas nosso coração pode ver.
E quero muito que ele seja um homem de bem a mais por aqui. Que ele seja bem vindo.
Eu sei sobre nossa imperfeição. Às vezes tenho a impressão de que vivo num baile de máscaras. Só que eu penso que se esta é a forma das coisas, é preciso viver conforme esta realidade. Não vale a pena apedrejar a realidade e muito menos negá-la.
O impulso pelo bem é latente.
Ah, eu já nem sei do que estou falando.
Só sei dessa vontade incrível de chorar.
Sem colo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Porque ela dormiu de calça jeans



"...você me disse que eu destruo sempre a sua mais romântica ilusão. E destruo sempre com minha palavra o que me incomodou. Acho que é sim. Como fere e faz barulho o bicho que se machucou, viu?!"
(Todo mundo é lobo por dentro - Oswaldo Montenegro)

mas isso não é desculpa – nota do sblogonoff

É engraçado como certas coisas acontecem.
A gente de vez em quando complica o simples por nada.
Por exemplo, Fulano, sem querer, fez algo que incomodou Cicrano, mas Cicrano não quis dizer e nem exteriorizar que se sentiu incomodado. Ao invés disso, preferiu ser desagradável com Fulano. Fulano, que pensava que tudo estava bem, não sabe porque Cicrano estava tão hostil e por sua vez, foi ficando fulo da vida. É assim que a meleca circular e viciosa começa. Não é muito mais fácil, já que todos são civilizados, Cicrano chegar em Fulano e dizer: “Olha Fulano, aquilo que você fez me incomodou por causa disso e disso e disso”. ??? Ou então, Cicrano chegar pra Fulano e perguntar: Eu fiz alguma coisa que te incomodou?
Exemplo 0.1: Godofredo fez algo que Jeremias não gostou. Jeremias, ao invés de falar com Godofredo diretamente, já espalhou pra todo mundo que Godofredo agiu assim e assado. Colocou o outro na berlinda sem chance de defesa. Tsc, tsc. E quando Godofredo aparece, Jeremias é só sorrisos! Não dá pra entender.
Outro exemplo: Beltrano sentiu ciúmes de Miltrana, mas ao invés de dizer isso à ela, começou a desvalorizar a menina, a feri-la com comentários depreciadores e ela, sem entender nada, foi embora magoada e não vai dormir direito à noite. Não seria muito melhor se Beltrano falar para Miltrana que ficou com ciúmes, que se sente inseguro??
Exemplo três: A esposa de Mélvio dormiu de calça jeans e agora Mélvio está insuportável com todos no trabalho. Seria muito melhor se Mélvio desistisse de querer descontar em todo mundo suas insatisfações, porque nem todo mundo tem bola de cristal para adivinhar que sua noite não foi boa e nem todo mundo tem paciência suficiente para compreender sua grosseria.
Já que somos tão civilizados, já que nos consideramos tão modernos, porque destilamos pequenas vinganças nas relações? Todo mundo está propenso a desapontar e ser desapontado, a magoar e ser magoado. Tem gente que não dissolve a mágoa, engole sapos indigestos e tenta ostentar sorrisos. Quando não suporta mais, começa a descontar no outro, em doses homeopáticas, sua hostilidade, o que acaba por minar as relações. Isso é ainda pior do que as respostas à queima roupa, do que o “bate e volta” reacionário. É mais digno (embora não seja mais fácil) ser humilde, respirar e ir falar com a pessoa que existe um problema. Falar em tom moderado, consciente que é um potencial causador de feridas também. Se preciso for, é até melhor deixar a raiva passar e só depois ir esclarecer as coisas. É melhor do que se armar com o dedo em riste e sair bradando. Adianta virar o Hulk?! Li por aí, que o oprimido é sempre o pior opressor. E acho que é verdade. Cobras atacam para se defender, e sem o devido cuidado, o ataque é letal. Mas nós estamos num grau mais elevado da escala evolutiva, não é?! Acho que estamos ali, onde diz: Animais RACIONAIS.
Pode-se até não conseguir o resultado ideal, mas teremos feito a parte grandiosa de ser humano. Caso o outro não entenda, já não será problema nosso. Todo mundo tem seu tempo.O que posso afirmar, é que na maioria esmagadora das vezes dá certo. Palavra de uma garota impulsiva que está aprendendo (antes tarde do que nunca!) os benefícios do diálogo e descobrindo que até o pastel chinês da esquina é muito melhor que os sapos que ela engolia e não conseguia digerir.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O dia depois de ontem

A segunda-feira acordou como uma cidade do velho oeste após o tiroteio.
Ontem foi o duelo, (polielo, se é que essa palavra existe!), hoje são os vestígios.
As ruas sujas de santinhos, os muros cheios de propaganda, os vencedores e vencidos, todos na mesma poluição visual. Pelo menos estaremos livre dos jingles infernais!
É, porque quando ouvi Let it be dos Beatles, parodiada, pensei, coitada da democracia, gente!
Pense no refrão de Let it be.. Pensou? Pois é, o jingle era assim: Vote em mim, vote em mim, vote em mim, vote em mim, juntos venceremos, vote em mim, uuuhhh. Tinha até o uuuhhhh. E a Drag Queen que parodiou I will survive? O jingle de sua campanha era uma paródia do Hino Gay da Gloria Ganyor!! Foi eleita! Chica Chiclete, vereadora de Vila Velha! Nada contra a orientação dela, mas a companha foi um grande circo, assim como tantas outras.
Eu nem estou falando de política. Tô falando de bom senso!
Ai, ai...
É por isso que valorizo tanto o chocolate.
As coisas não vão bem, mas eu tenho um Laka, e por enquanto, isto basta!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sol na casa 2, Lua na casa 4

Dizem que os primeiros 15 minutos do seu dia determinam como será o resto.
Acordei de mal humor, embora o sol e a lua estejam nas casas que me trariam harmonia.
Quimeras.
Não devo ter ido para um lugar muito legal no astral, esta noite.
Quis e até agora quero estar em silêncio.
Falar me irrita.
Explicar me irrita.
Não quero falar, não quero ter que explicar o porquê de eu não querer falar.
Hoje sou leite coalhado. Azedo.
Vou esperar o dia passar. Talvez, até o fim da tarde essa sensação mude.
Talvez a garganta desinfame, talvez a gripe se cure, talvez a cabeça pare de doer, talvez aconteça aquele fluxo de sangue. (acho menstruação uma palavra esteticamente feia.).
Pode ser TPM. Pode não ser nada. Pode ser qualquer coisa.
Talvez seja culpa da Lua. Talvez os astros nada tenha a ver com o meu dia.
Talvez (muito talvez) eu pare de pensar se realmente quero (você) em minha vida.
Acho que não posso.
Acho que isso passa.
Estou com saudades de casa...