sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Infinitude...

Era o limite do mundo que ia desaparecendo aos tiquinhos...
Se eu apanhasse os restos que ficaram flutuando no ar, 
juntaria um punhado de bordas na palma da mão
e ficaria com medo de ter tanto espaço em volta
e ter por dentro, meus planos arredios, meu tempo escasso.
O horizonte ficou distante só mais um pouco,
mas a estrada, agora eu conheço.
Volto pra casa e  posso passar de novo depois
até decorar o caminho e tomar impulso pra ir mais adiante se der vontade.
O problema é a vontade que não dá e não empresta
não vende e não aprova se eu pedir uma prévia,
um relatório denunciando os obstáculos lá na frente.
Enquanto estou sozinha aqui, vendo o desamparo da ampliação,
sei que o mundo é cheio de gente circulando
habitando os lugares, fazendo filhos, tendo filhos,
matando filhos alheios ou soltando pipas.
Agosto acabou, mas os moleques estão pela rua:
linha, seda e bambu, como se a felicidade dependesse disso.
Uma pipa tem a sabedoria impregnada de romper.
... E eu aqui tentando reter com as mãos os limites do mundo
que por alguma lei que desconheço não para de se expandir.

4 comentários:

Unknown disse...

Eu já fui caçador de Pipa. E quis caçar as fronteiras desse mundo que se expande. Hoje caçoo de tamanha pretensão.

Beijo

Mulher Vã disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mulher Vã disse...

Tudo que é infinito não desaparece de todo. Por mais que estejamos longe, sempre lembramos do rumo de casa. Ou o que se possa chamar de casa, ou lar - sinônimos? Depende...(Ninguém pode dizer onde a felicidade está...)

Quando era criança, e aprendi que a Terra está suspensa no nada, fiquei um pouco zonza de tentar imaginar e às vezes a aflição me roia as unhas: se o Mundo é tão cheio de gente, bichos e coisas, não periga de cair uma hora??

Já passaram Eras desde que o mundo é mundo (nota para ninguem me achar velha: só um pouquinho desde que descobri isso hehehe) e valente segue, (o mundo) pouco importando com seu peso, comporta todo mundo junto cada um no seu compartimento. Mundo vasto mundo, quando isso acontecer quero me exportar para Saturno. Já pensou que papo chique:
-onde você mora?
-há dois segundos-luz do anel de Saturno.
Meus filhos serão saturnenses. Tinha um cara, acho que foi um cara, deve ter morrido já, que devia ter parentes por lá, quem escreveu carta pra Xuxa (a dona do SC é uma, hohoh)vai me entender, pois é, o endereço lá da Xuxa, era Rua Saturnino de Brito, ta vendo. SATURNINO! Que mãe e pai terráqueo dá um nome desse ao filho, gente?


Sei lá, talvez a gente fique agarrado muito tempo pensando nos desdobramentos das coisas que nem fizemos e esquecemos o agora, tipo o que fiz agorinha, danei a divagar sobre Saturno e lá se foram vários minutos. Vai ver é isso, vai saber né. Talvez nem seja. Mas o fato é que gostamos dessa coisa corrida sem ter tempo e nem espaço para pensar em nada.

Ow, independente de onde estou ou para onde vou, só sei que adoro vir aqui, escrever baboseiras e soltar pipa com o meu amigo Leo!

Um beijo

Tempos de Aracne disse...

Qual a graça de saber o fim da estrada "quando se parte rumo ao nada"?