segunda-feira, 10 de abril de 2017

TRAVESSURAS DO TEMPO

Queria encontrar o remédio
pro que não tem remédio ainda
O ainda é um ponto a preencher
enquanto eu esvazio a cabeça

Queria encontrar um canto exato
pra ficar sem que a dor faça ruído
Como se o tempo acolhesse o meu corpo
feito o sofá mais confortável da loja

E aí isso ia longe
sem ser preciso mergulhar no oceano
pra descobrir que a lagoa resolvia
Pra aprender que faz sentido a travessia
mas que nem sempre é preciso atravessar

E isso ia mais longe
Onde você seria mera holografia
E ao olhar pra tudo eu me perdoaria
Mesmo que algum dedo em riste
vá me condenar

De quem será?
Se não for meu, fazer o que ?
Ou não fazer?
Te relembrar e ir adiante?
Ficar aqui e te esquecer?

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma grande noite abate a Terra, que se abate.
Treva imensa, não sem estrelas...
Passados milênios, um abrasamento
tisna o horizonte clareando esperança.
Prenúncio milenar do amanhecer.

Bem vinda Aurora
A terra sofreu noites convulsivas
Verteu lágrimas, rangeu dentes
Mas gestou-se, majestou-se
No parto regenerativo deu-se à luz
Na Remissão.A dor da semente é o parto da vida flor!