De manhã ela toma seu café quente e fresco...
Você quer sim, que eu diga palavras bonitas.
Eu sei o caminho que os seus ouvidos querem fazer.
Mas minha passagem está comprada para outro destino.
Além disso que sou, não há nada melhor que eu possa ser
sem ferir o que quero.
Sem seguir ao contrário, meio contrariada.
A verdade é mais pura dentro do meu território.
Você quer sim, que eu deixe de ler as legendas.
Eu sei exatamente as dificuldades que queremos evitar.
Sei também que nem todo atalho é seguro e mais fácil.
Aprendi com as mais belas histórias, cheias de caçadores e lobos.
Já deu pra perceber que gosto dos desvios e de subir os morros.
Você consegue me ver fora de uma confusão?!
Queria ter novos pensamentos, atrair coisas diferentes.
Mas viver é bem mais do que lei de atração.
É distração de vez em quando.
E uma falta de linearidade.
É uma antítese convivendo pacificamente com todas as teses.
O sopro que apaga as velas deve ser o mesmo que leva de mim
a mais firme certeza.
O absoluto é só um espectro.
Tudo o mais, é arco-íris.
Você diz que eu sei muito sobre tudo.
Tudo o que sei é muito pouco.
E agora?
Onde é que eu vou enfiar todos esses acentos?
Por favor, não me responda.
Certos verbos não têm lirismo nenhum...
8 comentários:
Ai, Michele. Esses são dias desleais. Não tenha medo da loucura, do escuro e da solidão. Nem do elefante branco na contra-mão (é com hífem ou sem hífem?) Se o mundo dá tantas voltas, não há tempo de olhar pra trás. Repetindo os velhos erros dos nossos pais.
Já tô com tanta saudade...Passou tão rápido...^Tô com medo de 2009....onfs!
Nenhum verbo tem lirismo! Por isto, nós fartamos dos poetas! Mas eu sei, você sabe muito do muito que há para saber. Uma ideia é uma ideia,com acento ou sem acento!
com distinção de exemplares
Mi,
Escrevestes muito ou como sempre viajei...
De qualquer modo, "viver é bem mais do que lei de atração", isso é uma das poucas coisas que tenho certeza nessa vida.
Muitas saudades!
Mas será que evitamos mesmo as dificuldades? Ou apenas protelamos o enfrentamento com as mesmas?
A sensação que tenho é que você está entediada de ser o que é?! Os saberes que você tem não estão suprindo as suas necessidades? Tão pouco suas atitudes diante do mundo? Perdoe-me se estiver enganada!
Anônimo, suponho que minha amiga borboleta, eu não disse que evitamos as dificuldades, mas que queremos evitá-la.Existe aí um verbo a mais. Com ou sem lirirsmo!
E não acho que seja tédio. É insatisfação. Muitas vezes eu sou sem querer ser. Fazemos concessões demais que adulteram a pureza, que nos torna mascarados e instisfeitos.
Fazemos muitas concessões para agradar.
E não acho tão clara assim a linha que divide a renúncia do "não enfrentamento".
Muito e pouco são antônimos.Muito pouco é quase superlativo! E nós, poderíamos ser muito, mas nem sempre somos.
Ou somos muito pouco...
É por aí.
A linha que divide o enfrentamento da renúncia pode ou não ser tênue, depende apenas de quem está sobre ela. A velha história, conhecimento sem transformação, não passa de conhecimento, não mesmo?!
Nunca vou conseguir um comentário a altura! Será que alguma vez você vai deixar passar sem falar alguma coisa?
Nossa Mi...
Você me fez ver duas situações totalmente diferentes dentro desse poema.
Saudades.
bjs
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