segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vertigem

Ante o colapso final a vertigem
próximo ao chão a penúltima descoberta
Que a lógica violenta das cores tinge
a velocidade terrível da queda


Como cair do céu é tão simples
Queda que a tudo e a todos transtorna
Ah! as bombas, a chuva, os anjos e seus loucos
O mundo todo na velocidade terrível da queda

Eu queria que eles tivessem sido teletransportados através de um portal para uma dimensão diferente, como se cogitava a respeito do Triangulo das Bermudas. Como se quis pensar com o Ulysses Guimarães. Ou então que tivessem ido parar na ilha de Lost.
Mas encontraram os corpos. Que droga. É a realidade outra vez.
A dura realidade legitimando a lei da gravidade e fazendo manchetes. A mesma realidade que aciona o despertador às 6:00h da manhã.
Além dos portais e abduções, além das hipóteses fantásticas, não pode haver despertador nem contas pra pagar, nem prazos expirando. É claro, apenas cogito.
O que eu posso saber sobre outras dimensões? Nunca estive de corpo físico em nenhum outro mundo além do real. Mesmo as fugas ilusórias são parte de algo maior e real que absorve tudo no final e vem trazendo nas mãos o grande livro das obrigações, principalmente aquelas das quais não se pode fugir.
Seu inegável poder destrói completamente todo efeito entorpecedor de qualquer pílula (lícita ou não) e esmaga sem compaixão todos nós que aqui estamos despreparados para as perdas e para as quedas.
Então, por mais que eu deseje soluções mágicas ou explicações inverossímeis é na realidade que eu preciso lidar com as tragédias. Pequenas tragédias como ficar de calças claras desprevenidamente menstruada no meio da avenida ou grandes tragédias como ver no noticiário que aviões desaparecem sobre o oceano.
Não quero que tudo que eu vejo se torne miragem. Eu sou a coisa mais real e concreta em minha própria vida. E você na sua. E todos juntos formamos um bloco cirúrgico de carnaval com noções limitadas acerca da realidade. Duvida?!
Toma, oh realidade, toma seus relógios e as medidas de tempo, seus reis e seus dentes de leite. Toma seus partidos e seus fragmentos. E negocie a ascensão com todos os anjos caídos.
Queria que existisse uma loja que vendesse ascensão.
Como se fosse possível. Como se fosse produto.
Como se tenho fome.
A fome é a inegável manifestação da realidade.
Mesmo que tudo isso aqui seja apenas ilusório.
Seria a ilusão mais real que já conheci.

Resvalando em abismos um pôr do sol furioso
que a sensação de perda ao ver exagera
É o desespero vermelho de um apocalipse luminoso
Ejaculado da velocidade terrível da queda

(Lobão - A Queda)

3 comentários:

traçando caminhos disse...

estar em outra dimensão é questão de ponto de vista assim como uma vertigem ... isso me fez lembrar do filme pacth adams , acho que é assim que escreve.
A primeira impressão que tive ao desaparecimento tb foi a ilha de lost rss mas o que será que aconteceu com o padre e aqueles não encontrados? talvez veremos na proxima temporada rss

Em um dia nada inspirada , pelo menos pela manhã aqui estou só pra mandar um oi

Mariana Ornelas disse...

ow vaquera a vida é assim mesmo as vezes as coisas partem ... nem q sejam ao meio rss

ontem mesmo perdi um lapo do dedao da mao direita e olha q foi com um anel...depois dessa acredito até que anel mata , imagina o resto... nao atingiu o osso por sorte do anel ter saido do lugar e eu ter dado conta de escurregar a mao.

qto a ires e vires, vai ficar até qdo por aqui, veio de vez? ohhh tu ajeitando a vinda e eu fazendo a mala aos pouquinhos pra ida.

desde dezembro to preparando minha ida, nao fui em janeiro pois fiquei esperando o mesmo mas agora q ele ja ta dentro da facul de engenharia eletrica pé na estrada... manda noticias

Daniel Savio disse...

Meio complexo, pois uma ilusão pode se tornar real, desde que a gente acredite o suficiente...

Pois para quem veem a ilusão ela é real, sendo a tua realidade fora da realidade.

Mas tem vezes que criamos as nossas próprias realidades dentro da realidade.

Fique com Deus, menina Michele.
Um abraço.