sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Vesúvio


O expresso do oriente rasga a noite, passa rente e leva tanta gente que eu até perdi a conta. Eu nem te contei uma novidade quente. Eu nem te contei. Eu estive fora uns dias...

(Uns Dias - Paralamas)

Pobre Pompeia...




Eram como flechas.
Desvia-se por instinto de conservação.
Não exatamente por algo que valha a pena conservar, mas por uma coisa invisível que faz com que a nossa sanidade não ultrapasse a linha do aceitável.
Que coisa é essa que não nos deixa enlouquecer?
Algo que absorve a mínima vontade que temos de vez em quando de explodir o senado ou de que o Vesúvio petrificasse o mundo novamente?
A gente vê essas coisas, esse vômito todo dia e caminhamos no meio desse lodaçal fétido e viscoso tentando encontrar flores, perfume e talvez, com algum esforço e imolação, um arco íris no fundo do pote de ouro (não importa se essa seja a lógica ou não.).
Garotas e seus micro-vestidos acadêmicos, adolescentes rebeldes, a pulsão assassina e entorpecedora dos morros, das zonas e da zona sul. Primeira classe, classe média, classe anã, subúrbio aristocrata, miséria e planos de governo. Esse egoísmo que entra em erupção a cada hipótese improvável, a cada rio que precisa ser transposto para que todos tenham água.
Qual é a minha opinião sobre a pena de morte, sobre o aborto, sobre a eutanásia, sobre o funk, sobre a castração química, sobre a venda voraz de antidepressivos, sobre o apoio do governo nacional à Venezuela, sobre o vestido de celebridade na cerimônia do Oscar e na noite de autógrafos do novelista em evidência? O que acho do fato de a Suzana Vieira querer ser desejada e não amada? O que tenho a dizer sobre a homossexualidade, sobre a fidelidade, sobre a monogamia, sobre orgias, sobre política, sobre amor, sobre reencarnação, sobre criminalidade, sobre loucura?
Percebe? São milhões de informações que recebemos por dia. Algumas nos atingem como flechas, outras não.
Algumas mudam nossa forma de viver, de ver a vida, de pensar e de vestir, de andar e de consumir, de morrer e de escrever um post. E outras são simplesmente ignoradas, vão virar adubo para uma nova civilização. O que nós absorvemos é realmente o que presta? O que vale a nossa indiferença é realmente lixo?
Sei lá...
Essa noite eu e o Leo fizemos uma cabana com edredon e cabo de vassoura e são coisas assim que fazem com que meu desejo de vulcões aniquiladores seja apenas uma efemeridade.
E a Moura torta também?
E a Moura Torta também.

Leo

Oi gente, estava com saudades de vocês e de postar. Talvez essas não sejam as palavras adequadas para um retorno. Eu não quis ser pessimista agora! É o contrário. Apesar de todos os pesares, há sempre algo pelo qual vale a pena continuar acreditando no bem, na luz e no incrível...
Sopro de Eves!



13 comentários:

Alvaro Vianna disse...

Pois é! Vale a pena porque existem pessoas com a sua sensibilidade.
Sem os sopros de eves o mundo poderia acabar antes de 2012.
Que bom que voltou. Esperamos que fique.

Pensamento aqui é Documento disse...

" que nós absorvemos é realmente o que presta? O que vale a nossa indiferença é realmente lixo?"

É algo a se pensar para se fazer.Eu não penso, profundamente, nas coisas que excluo e nem conheço, intimamente, o que engulo.É algo a se pensar para se fazer.

E penso quantas foram as minhas cabanas, quantas formas elas tinham e quantas águas corriam por suas paredes, pq sempre que saia, o esqucimento vinha e ai..e não penso, profundamente, nas coisas que excluo e nem conheço, intimamente, o que engulo.

Beijos

Anônimo disse...

Michele, você voltou e voltou com tudo. Adorei a analogia do pote de ouro com o arco íris, genial.
Tudo isso que você escreveu está acontecendo e a "mídia" pede a nossa opinião. Tem-se a impressão que quem não tiver uma opinião formada não poderá continuar a viver! Então resolví sonhar que não sou desse planeta. Andando pela rua percebí outra pessoa, o Sr. Angelo, que poderia me fazer companhia nessa situação fantasiosa. Pegamos todos os itens que você escreveu e percebemos que todos eram "da moda", mas não necessitávamos de nenhum para continuar vivendo. O que mais chegou perto de nossas preocupações foi a palavra "ADUBO", pois nossa dedicação atual é com hortas comunitárias, plantação de flores para jardins e palestras para uma vida mais saudável. Então, resolvemos continuar nossa vida na contramão e ignorar a pressão da mídia. Só não podem é mexer com nossos adubos.
Fui escrevendo, foi saindo e fui inventando. Nem sei se tem nexo. Também estou com preguiça de rever e corrigir alguma coisa ou até apagar tudo. Sopro de Eves. Beijos de boas vindas, moça. Manoel.

Daniel Savio disse...

Ainda bem que você disse que é meio pesado para um retorno, mas o que importa é que você voltou...

E bom texto reflexivo, mas não quero ser tão crivada de flechas assim (hua, kkk, ha, ha, brincadeira com um fundo de no senser).

Fique com Deus, menina Michele.
Um abraço.

Rafael disse...

O expresso do oriente rasga a noite, passa rente e leva tanta gente que eu até perdi a conta. Eu nem te contei uma novidade quente. Eu nem te contei. Eu estive fora uns dias...

(Uns Dias - Paralamas) linda cançao

estive com saudade

Malaguetta disse...

Sem os sopros de eves o mundo poderia acabar antes de 2012.[2]

que bom que está de volta

Anônimo disse...

PROTESTO: Michele, cadê aquela foto "bunitinha" Que estava no seu perfil, moça? Espero que recoloque. Tava linda! Beijos inconformados. Sopro de Eves. Manoel.

sblogonoff café disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
sblogonoff café disse...

Ei Álvaro!!
Se até Sarney fica,acho que também fico!! Adoro isso aqui e valorizo a visita de vocês!!!
Sopro de Eves pra lá de 2012!!!

Natália,
Pela velocidade em que recebemos as informações do mundo, não dá tempo de processar todas elas. E depende muito do dia. Tem dias mais propícios para a revolta, tem dias mais propícios para a estagnação. Em alguns dias, o que é importante, passará por banal.
Porque poucas coisas são absolutas nesse mundo.
O resto é relativo!

Manô!
Voltei sim!
Mas voltei de galinha d`angola! To fraco to fraco, to forte!
Adubo... A cura do mundo está no processo cíclico.A gente joga o lixo fora,mas ele pode virar adubo. Com os milhões de ano, petróleo! Que modos fertilizarão o futuro?!!!
Bom, quem sabe?!
Eu só sei que a cabaninha caiu no meio da noite e fez um barulhão!!rsrs

Menino Daniel!
As flechas nos atingem sempre!! Já viu 300de Esparta?!! Hehehe
Pesos...
A leveza do ser é insustentável...

Rafael,
O expresso do oriente é uma viagem!
Como quase tudo!!!!

Malaguetta!
A gente vai e volta!
Espero que ainda estejamos aqui em 2013!!hehehe

Beijooos!!
Sopro de Eves a todos!

Mariana Ornelas disse...

Mesmo com todas mils informações e posições a serem tomadas sobre algo, algumas delas fazem toda a diferença nas coisas outras não... cospir pro alto acerta a testa , a sua propria testa, rss experiencia propria...mas se nao manifestar ou mutacionar em progressão de nada a vida tem diversão...

mudando de assunto o leo ta lindoooooooo !!! saudades desse pestinha rss

DJ disse...

Apesar de aparente-mente! fechado para reforma, o retorno tem gosto de coisa que não muda, apesar das mudanças do mundo! É possível ver flores no pântano! E as palavras... pessimista?!! Como?! Como diria um amigo meu: "ácida" - sabe porque?! Vive tão intensamente que corrói a vida, e não se deixa corroer!!! (Pensamento positivista o meu não?!) Enfim, é um prazer estar de volta a este "buteco" nas noites tranquilas, e nas inquietas também!
- Sábado, eu estava na sorveteria e um ser desconhecido de aproximadamente 2 anos, aproximou-se de mim, e do meu sorvete, com toda a expontaneidade cabível e disse: moça, eu quero a acerola!!! Era impossível negar a cereja que exibia-se reluzente sobre meu sundae de 2 bolas!!! E a acerola com gosto de cereja foi tão deliciosamente devorada que certamente teve um final mais feliz do que eu seria capaz de proporcionar!!!
Esses seres têm a capacidade de nos aniquilar, e essas flechas eu adoro quando me acertam!
Bjs.

ricardo aquino disse...

Ai minha sexta 13 de espanto e inglória! E você ariana, amiga de signos e gestos? Você viu que coisa o anonimato. Sem assinar quase não há ou não era nas eras dos extremos. A verdade é 8/80, mas não tem trincas, ou existe intacta ou já agora se está esfacelada. Quase sempre a encontramos no seu segundo estado natural: moída, quiçá diluída!


com distinta poesia

sblogonoff café disse...

A vida é um risco. Você pode cuspir pra cima e sair correndo! rsrs
O Leo é o mais fantástico afilhado que uma madrinha pode ter!!hehe!

****
Joanna,
Pois é, eu mudo o movimento,mas talvez não mude a meta geral.
Cada dia eu percebo que o mundo é menos rosa, é menos colorido,e assim, eu aumento meu esforço para continuar acreditando. Isso me faz maior. Jogar a toalha é tão angustiante, que prefiro persistir!
E sim, né?! Como tem cerejas mágicas por aí!!
Ave,por elas!!!

****
Proeta,a verdade na origem, pode até ser integral, mas acho que aqui no submundo, cada um ficou com uma partee nem todos querem se juntar pra montar o quebra-cabeças que ela virou!
Ainda sim, já está de bom tamanho!!

Beijos!