quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Som na caixa, Sol nas almas

A equação era simples: Todos somos um só.
De longe parece fórmula fascista, todavia, a essência do fascismo é uma bela idéia refletida nas espadas dos mosqueteiros: Um por todos, todos por um.
Seria bonito se não fossem tantos, tão enganados.
Ser forte como um feixe que não se pode dobrar...
Estamos aí no mundo nos dobrando, nos curvando a diversos senhores que se torna até difícil saber a qual deles seremos fiéis.
A idéia da fidelidade ganhou novas teorias e no mundo high-tech globalizado caiu em desuso, agonizando na obsolescência e causando sofrimento por toda parte.
Seres humanos envelheceram preenchendo vagas em asilos, esquecendo quem foram e sendo esquecidos.
E para amplificar o problema, todos os dias os noticiários metralham os efeitos da nossa própria ignorância para que na seqüência o glamour novelesco finja disfarçar o sorriso amarelo e desdentado da miséria. A ficção abranda a nossa revolta, mas não cura nossa falta de atenção com o necessário, com o essencial.
Incrível como desperdiçamos tempo, desperdiçamos pão enquanto sobra tanta falta pelo mundo. È simples. E lógico. Mas não era pra ser banal.
Impressiona como mudamos o foco das coisas, contraindo voluntariamente um glaucoma espiritual que nos impede de ver o óbvio.
Não. Não era para ficarmos deprimidos se o mundo parece cruel, injusto e sem solução.
Acho que a idéia não era olhar pra fora, entristecer, desistir e se fechar.
Ou mesmo olhar pra fora, concluir que o mundo não tem solução e se tornar indiferente á isso, festejando apenas o circo que “tem pra hoje”.
Tem mais sentido olhar pra dentro, querer ser a diferença e se abrir melhor.
Existem moinhos de vento com os quais desperdiçamos nossa energia, mas existem inimigos reais dentro de nós que devemos combater para não sucumbirmos.
Preferimos mostrar o dedo médio em riste para os vilões da vida do que admitir que também somos parte da vilania para após trabalhar e fazer com que daqui pra frente tudo seja diferente.
Nos ocupamos em perder nossas crenças e desenvolver moléstias torturantes que enriquecem a indústria farmacêutica, contudo postergamos a hora de dar um gesto, uma mínima parte de nós para tornar o presente mais feliz além da circunferência do nosso umbigo.
Desistir é deixar de fazer o bem, e a ausência do bem já é um mal.
Não adianta escorregar na cadeira e desviar o olhar quando o professor mirar você, porque as conseqüências vão chegar, quer você esteja escondido debaixo da cama, quer você esteja em evidência num canal de TV.
Estamos sobre a mesma superfície. E natural sentir raiva, mas não tem sentido desejar o mal de outra pessoa, não tem sentido arquitetar planos prejudiciais, não tem sentido matar. Não tem sentido matar. E mata-se de tantas formas...
Sejamos vida, sobretudo.
Sejamos mais do que somos.
Aproveitemos a alvorada.
Sol nas almas, som na caixa, porque hoje nós dançaremos para transformações!
*
*
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver, o mundo anda tão complicado que hoje eu quero fazer tudo por você.
*
Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo daqueles que velam pela alegria do mundo...
*
Estrelinhas para Teatro Mágico por "Sobra tanta falta", Roberto Carlos por "Se você pensa" Legião Urbana por "Como é que se diz eu te amo", Caetano por "Podres Poderes", Alan Kardec pela Codificação.

8 comentários:

Anônimo disse...

Michele, maravilhoso o seu texto. Não tenho como falar de outra forma. Você escreve prá caramba! Beijocas carinhosas e itinerantes.
Manoel.

Anônimo disse...

Michele, tô aquí de novo. Relí o seu texto porque achei bastante profundo. Muito bom para refletir se estamos contribuindo com alguma coisa para que tudo comece a melhorar. Gostei dessa verdade irônica:
"Impressiona como mudamos o foco das coisas, contraindo voluntariamente um glaucoma espiritual que nos impede de ver o óbvio".
Beijos modificadores. Manoel.

Leandro blogger disse...

Nossa achei vc mais agressiva do que o normal...

Que coisa, achei isso de alguém, agora a pouco.rsrs.

mais aqui, que visão em, parece até aquelas videntes que nós causa medo só de nós esbarrar os olhos.

Mais de qualquer forma nada justifica nada mesmo,já que somos quase 99 por cento de todas as palavars de aspecto negativo do seu texto.

"Sol nas almas, som na caixa, porque hoje nós dançaremos para transformações!**"
Sugestivo, Mais é ai ? sera o bastante, sera?

"Não há martírio quando se é feliz,
Mais há sempre dor quando se tem apenas sonhos,
Talvez se houvesse mais força, haveria menos suplicio." (ENGRAMA)

Elga Arantes disse...

é vou ter que voltar pra reler...
tem alguma coisa nas entrelinhas... nem que seja pra mim, só.

Mariana Ornelas disse...

Já até desacostumei a comentar em blogger de tanto tempo q nao comento em algum.... mas deixa eu reler pra ver se tento encaixar as ideias mil q me vem sempre a cabeça misturadas com o que sempre apanho do texto e comentario pra minha vida tb...

nao sei se darei conta de comentar muito pois o enagrama do caro colega acima me fez lembrar umas coisas apos ter lido seu texto... pois qdo se vive muito em sonhos esquecemos um pouco de encarar a realidade das coisas e perceber q nem sempre o um por todos é a exigencia q fazem de nós mesmos e que encaramos o papel como protagonistas da vida em grupo , esquecendo de viver para nós mesmos...
a palavra fidelidade pra mim tb desenvolveu suas varias teorias q hoje nao sei se alguma faz sentido , nao falo da questao amorosa relacionamento casal, mas de amizades, familia , grupos demais q fazemos partes... pois vejo q muita das vezes fazemos alguns proprios noticiarios metralhando as situações para o glamour novelesco mas q adianta pouco afinal nada disso cura nossa falta de atencao com o necessario e essencial ... o tempo passa o tempo voa as vezes a poupanca bamerindos continua numa boa após tudo rolar, as vezes nao....

nossa isso me lembrou uma musica q minha mae sempre cantava

"sonho impossivel " de maria betania

Mariana Ornelas disse...

ahhh fiquei com preguica de reler os pingos nos is e todos demais erros pra consertar q sao muitos

Daniel Savio disse...

Hum, alguém voltou inspirada, ma é algo da politica pão, água e circo, pois como o povo fica intretido, acaba esquecendo de ver as mazelas do governo...

Pior que agora nem são apenas a mazela do governo, mas sim a nossas mazelas próprias.

Fique com Deus, menina Michele.
Um abraço.

sblogonoff café disse...

Oi, gente!!!
Bem, esse post fala sobre o absurdo que é nós entrarmos em guerra com nosso próximo. Fala sobre o mal direcionamento da raiva que sentimos e de como nos esquecemos que vivemos no mesmo mundo, sobre a mesma superfície.
E sobre como amar é mais eficaz do que a apatia vinda da descrença.
Só que a gente não ve.
Quando falo sobre "sol nas almas",me refiro ao amor, mas troquei as palavras porque estou ficando repetitiva!!!
Enfim...