terça-feira, 15 de junho de 2010

Desiderato

No mínimo um obstáculo.
Sem placa de identificação.
Alvo de cogitações variadas.
Porque aquilo brotava do chão (?), valha me Deus!
Meu clã possuía normas a seguir.
Lembretes de resignação.
Mas meu coração vulcânico queria apenas transpor.
Aquilo.
Ali.
Uai.
Então corri pelas ruas frias da cidade.
Com meu pouco fôlego.
Sob as bandeiras enfeitando as ruas, perto dos postes de luz da Cemig.
Sob as tirinhas de plástico verde e amarelo esvoaçando.
Queria tomar impulsão e saltar sobre aquilo.
Ali.
Um salto olímpico.
Ocorre que o trânsito intenso e anormal a essa hora atravanca meu intuito.
É preciso esperar para atravessar.
É preciso olhar para os lados e não morrer.
É preciso ter força, é preciso ter graça, é preciso ter gana sempre...
É preciso respirar ás vezes, deixar o ar circular, ventar por dentro.
Cara, esse frio todo e ninguém ao lado na cama de manhã.
Desperdício geográfico.
É como se alguém estocasse chocolate e não houvesse ninguém lícito para consumir.
O mundo tem dessas coisas.
Dessas dessincronias.
E eu já perdi tanta coisa pelo caminho, que se voltasse atrás para recuperar, seria uma outra espécie e não essa pessoa estranha que sequer sabe o que é aquilo. Ali.
*
Estrelinhas para Maria, a Maria.

3 comentários:

Alvaro Vianna disse...

Maria! Uma certa magia. A kind of magic. Again!!!

Mulher Vã disse...

Tanto desperdício geográfico e quanto chocolate, aqui.
Esse inverno merece calor.

Um beijo

Daniel Savio disse...

Mas isto que deveria nos motivar a viver, pois amanhã podemos mudar o que fomos hoje (não totalmente, mas suficiente para sermos melhores) e assim em diante...

Fique com Deus, menina Mi.
Um abraço.