terça-feira, 31 de agosto de 2010

LIDAR

É sem a pretensão de querer parecer mais forte que admito: é difícil lidar com as escolhas.
Não sei dizer se é mais difícil decidir do que suportar as consequências.
Algumas escolhas nos trazem alívio.
Outras, saudade.
E a saudade, como eu já disse por aqui,possui efeito mágico, capaz de revogar todos os incidentes e fazer da lembrança uma morada confortável.
Ainda há aquelas escolhas das quais nos arrependemos.
Pode ser que seja possível voltar atrás.
Pode ser que seja imprescindível seguir.
Lidar com o que há depois é a arte do desapego ao que era antes.
Mesmo que o antes não parecesse tão brilhante como o antes que é agora.
Uma sensação temporal de relatividade.
Sensação que sobe como lava até a garganta e se transforma em um nó.
Lembro que quando era criança, enviei uma carta para o programa da Xuxa.
Toda manhã, eu, meu irmão mais novo e meu cobertor vermelho, ficávamos lá esperando ela sortear a nossa carta.
E quando ela lia um outro nome, subia em nós essa lava, uma frustração infantil que ia passar.
Criança sabe lidar bem com essas coisas.
Um dia a Xuxa pegou nossa carta!
Mas esperávamos que ela, não o carteiro de roupa amarela, azul e boné, viesse entregar o brinquedo.
Não importa, nós crescemos de qualquer maneira e passamos a deixar de esperar pela Xuxa e pelos disco voadores.
Pela estrada afora nós continuamos esperando outras coisas, buscando,sonhando, conquistando e aprendendo, recuperando e desistindo.
Não sei quantas vezes nós tivemos certeza absoluta do que fazíamos
E sei que perdemos tesouros pelo caminho.
Como aprendizes, não se pode esperar de nós atitudes tão mais sábias.
Não se pode esperar que alguém acerte os números da mega-sena em todo jogo, embora a gente saiba que quem não joga não vai esperar ganhar ou perder. Vai apenas passar.
O que precisamos ter é a consciência de que seja qual for a nossa escolha, é preciso lidar com elas, porque não vai adiantar fingir que não há consequencia, perdas, ganhos e expectativa de arco-íris depois da chuva.
A vida é assim.
Uai!
O importante é apesar dos pesares conservar o sorriso da lida.

20 comentários:

Anônimo disse...

O "sim" e bom. o "não" nem tanto.
Mas o pior é o "talvez". É a oportunidade
perdida, é a decisão adiada.
Existe o medo das mudanças, mas, muitas vezes temos que tomar decisões nem sempre acertadas. Sendo melhor que ficar de braços cruzados.
Aprendemos sempre, erros, acertos, bem e mal.
Teremos que recuperar os tesouros perdidos pelos caminhos que nos fazem falta sem percebermos.

LuizH

Anônimo disse...

o "sim" é bom...

Mulher Vã disse...

É claro que é dificil, mas sabe de uma coisa, existe um cara que é o maior inimigo das escolhas, é um velho metido a sabichão, acha que sabe tudo e que resolve todas as paradas que surgirem. Ele imrrompe pela sala com sua barba branca enorme e um cajado de madeira, não, não é o Hermeto Pascoal travestido de mago Merlim. Esse cara arrogante que se acha o fodão, responde pela alcunha de Tempo. Tempo, tempo mano velho.
Mas porque inimigo? É que quanto mais esse velho marrento passa pela gente, mais o cerco se fecha e quando ele chega junto quase te fungando no cangote e de quem estiver por perto, se voce não fez sua escolha, ele não dá dele mais [hehe essa foi ótima]. Voce não terá de "jogar no bicho", fazer "uni-duni-tê, sorvete colorê o escolhido foi voce" e ticar qualquer quadradinho de qualquer jeito porque quando o tempo ainda estava distante, voce ficou panguando, olhando pra barbona branca dele tentando medir o tamanho, a espessura e a maciês dela!

Mas as escolhas são malvadas,porque muitas vezes, vêm acompanhadas de uma indecente dúvida que azucrina o coração e azeda vontades. Não obstante [eu devia usar mais essa palavra] sejam quais forem, quase sempre fica aquela sensação de poderia ter sido a outra, a da direita, ou a de cima, e que os raios me partam se estou falando um idiotice, essas duvidas só abanam o rabicó mesmo, quando o resultado de algumas escolhas não parecem tao satisfatorio quando era no principio [não o principio do mundo porque lá não tinha nada! Ahn voce entendeu]

Porem, algumas escolhas, nem o Mestre Tempo resolve.Nos resta ficar a mercê delas mas ao mesmo tempo não deixar que as escolhas nos escolham. E esperar que o Tempo seja ainda mais vivo, no som de nosso estribilho.

Um beijo e fica bem =)

Mulher Vã disse...

Acho que todo blogueiro que se preze, deve ter escrito se não escrverá um dia, sobre escolhas!

ent~]ao, vasculhando o colorindos, achei um texto, e num trecho, eu bem dizia:

Escolhas nos fazem entender lá pelas tantas da vida que o mundo nunca foi justo, que o mundo é cruel e angustiante


Metida!

Bom, o resto ta aqui: http://citricaedoce.blogspot.com/2009/06/ele-era-um-sujeito-com-pose-de-durao.html

sblogonoff café disse...

1º Cavaleiro, sim, o talvez é o pior estágio. Já até falei sobre isso no passado, post embarcar.
Fernando Pessoa já dizia que para ser grande, sê inteiro.
O talvez deixa você “mais ou menos” deixa você pela metade, todavia, considero que ele seja um estágio, o momento em que estamos no meio, na balança, considerando os fatores, prós, contras. Ele só não pode ser eterno.
Algumas pessoas vêm com uma convicção. Sabem onde vão, o que querem, o que sentem. Outras são mais hesitantes, reticentes. Existem os impulsivos, que escolhem sem pensar, e existem aqueles que ficam, como diz a Vã, lá panguando!! Mas a escolha vai ter que ser feita, uma hora ou outra, ou então a gente perde a voz e a vida começa a escolher pra gente.
Escolhas da vida podem arder demais.

Vã, acho que falo quase o tempo todo sobre escolhas. Talvez porque a vida nos apresente alternativas constantemente.

Eu também tenho, metida: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_FuVz3-n1mEJ:umanovelaimaginaria.blogspot.com/2008_08_01_archive.html+sblogonoff+escolhas+embarcar&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

Mas o tempo é o meu senhor, mas eu sou a senhora da minha vida.
Somos.
Né?

Eu escolho você, Picachu!
hehehehe

sblogonoff café disse...

que monte de mas que eu coloquei....

Credo "nimim"

sblogonoff café disse...

e esse link?????

Daniel Savio disse...

A vida não é exatamente sobre as escolhas, mas sim as escolhas que conseguimos aguentar viver com elas, vulgo as nossas decisões...

Fique com Deus, menina Michele.
Um abraço.

Mulher Vã disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mulher Vã disse...

Po!

Eu personifiquei o tempo e voce nem deu bola!

Mulher Vã disse...

O sim nem sempre é bom: - É o seu marido, na porta, ai meu Deus" - Sim!!!

O não às vezes salva vida: - Não é o que voce ta pensando, Astoufo!

O talvez é morno, ou negação de fatos que estao na cara[resp do Astoufo]: - Talvez eu tenha vindo cedo para casa, afinal

Hehehehe, sei lá!

Alvaro Vianna disse...

Astolfo não é com l?

sblogonoff café disse...

hahahahaha!!!!

***
Eu não falei nada mas por dentro eu lembrei de uma figura que tinha no meu caderno de colégio, onde o tempo parecia mesmo o Merlim!!

Mulher Vã disse...

Fico aqui me perguntando o que leva uma pessoa a entrar num blog abrir um "formulário de comentário", ignorar o post em que a pessoa gastou parte do seu tempo que era pra ser dedicada ao trabalho, o tempo tirado "da boca do patrão" [heuheue], sem contar os neurônios que se vão em sacrificio de um texto bem elaborado, afim de deramar sobre a tela do computador a partir das pontas dos dedos para simplesmente querer corrigir um possivel erro ortografico? =P

sblogonoff café disse...

Nunca ninguém te falou da chatice semântica que garra amor niquém é quarta-feira?!!Hã?!!

sblogonoff café disse...

Vã, se eu fosse comentar tudo de genial que acho que você faz, meu patrão ia morrer de fome!!hehehehe

Mulher Vã disse...

Não, ô! To falando com o Astoufo que não teve culpa de ter sido registrado assim!
Deve ser sina de courno hehe
Rá!
-

Eu adorava aquela brincadeirinha da Xuxa, “é, sim, não, porque”. Cheguei a mandar duas ou tres cartas pra ela, mas nunca foi lida! =(

Acho que o povo da globo não gosta de capixaba!

Pensamento aqui é Documento disse...

Nem sei o que é mais certo ou errado, frustação e ganho. Depende de reflexão, acho. A gente escolhe e percebe que tem que viver a partir do apesar de. E isto nos molda a escolhar de novo sem deixa os caminhos anteriores de lado, eles nos pautam. Uma coisa é fato: a gente vive para aprender.

Beijo,

PS: Saudadocê!

Mulher Vã disse...

Voltei para dizer que gosto demais de "chat noir chat blanc"
Alias, é um dos meus preferidos! ;)

http://umanovelaimaginaria.blogspot.com/2010/03/chat-noir-chat-blanc.html


Beijo!!

Mulher Vã disse...

Pois é, eu sei, vocês sabem que cada escolha implica uma renúncia.
Até o Ian, meu sobrinho caçula sabe disso.
Basta saber que poderemos pagar o preço pela escolhas que faremos.


Direto do tunel do tempo!! Hehehehehe