segunda-feira, 13 de maio de 2013

TORTO

Estão cada vez mais frequentes as histórias trágicas que aparentemente demonstram que o ser humano faliu. Isso sedimenta no coração das pessoas a sensação e quiçá, a certeza de que não existe sentido nas coisas, no mecanismo da vida. A criminalidade, a decadência da juventude, a epidemia da depressão, a imundície na política, nossas leis tão imperfeitas como nós, as crianças que matam e que morrem, a educação deficitária, a desestruturação da família... São fatos que tem cheiro de apocalipse. São fatos que corroem a fé frágil, a esperança morna e o amor desbotado. São fatos que entortam o sistema nos fazendo pensar em soluções mais problemáticas do que o próprio estado vigente de tudo.
 
Muitos se preocupam com a estrutura do telescópio e esquecem das estrelas no cosmos infinito. A simplicidade está nas coisas comuns. Amar é comum, é natural, mas não é pauta das reuniões de Estado. E dái?

As coisas não vão bem, mas nunca foram tão melhores do que estão e nem por isso estamos em extinção. Passamos por guerras, por calamidades, ainda há vida na Somália e no Haiti! A Alemanha está de pé, a Rússia também. Os japoneses continuam avançando a tecnologia. Nós perecemos, mas nos preservamos, e já que não funciona combinar um suicídio coletivo e morrer todo mundo junto (sempre haveria um furão!), então por que nós mesmos não construímos o sentido para o existir?
O mundo pode nos entristecer, mas não devemos desistir por que um cara levou um tiro no semáforo em plena manhã ensolarada no centro de uma metrópole.
Na boa, eu me assumi cristã aqui e nunca gostei de ficar pregando ou doutrinando as pessoas. Cada um sabe o que lhe apetece, no entanto, se eu cito Sartre, Durkheim, Marx ou o Homer Simpson, não posso ter cautela em citar o Cristo.  Ele, ao ser questionado por Pedro em determinada passagem do Evangelho, sobre o destino e as tarefas de outro discípulo, responde de forma bem significativa:

“Que te importa a ti? Segue-Me tu.”
 
Gostas formam o oceano. As respostas são simples e simplicidade não é simploriedade ou ingenuidade, utopia. É da lei. O ser humano só vai falir, se eu falir.
O amor só é aniquilado se eu deixar de amar.
E a Terra vai continuar girando, bem ou  mal, todavia, girará muito melhor se eu fizer a minha parte.

5 comentários:

Anônimo disse...

São as pequenas coisinhas em nosso caminho que fazem a diferença e que mostram quem realmente somos, quando ninguém está olhando...

"Que fazeis de especial???"

Abração para a menina das Estrelas...

LuizH

disse...

O mundo todo está carente de coisas que valem à pena demais...

Hje, tudo não é o bastante;

Mto bom lembrar a simplicidade que nos sopra.

Saudades de vc em dobro. E quando lembro do paraíso dos pôneis, é tão surreal que parece que não existiu.

Mas lógico que ele existe...
estivemos lá,
todos nós.

Ana Bailune disse...

Bem, eu gosto de estrogonofe... teus pensamentos vão ao encontro da minha última crônica; você tem razão, não podemos nos deixar abater só porque o mundo está desmoronando. Mas o problema, é quando ele está desmoronando na porta da nossa casa! E por causa dos tratores dos membros da sua própria família. Aí, dá vontade de gritar mesmo.

Anônimo disse...

Menina como pareço contigo,lindo texto a mais pura realidade!
Lembra de mim?
Tinha um blog chamado Alhures, tempos bons que escrevia.Vc me inspira, obrigada pelas palavras belas e reais, o mundo precisa de pessoas assim como vc!!! Abração.

sblogonoff café disse...

Ei, Ana!
Vontade de gritar é natural. É humano. Não gritar é que é estranho!!! Isso para nós que ainda gritamos. Sinal de que a garganta, pelo menos, tá boa!Rs!
Acho triste é a perda da esperança, da fé de que embora as coisas desmoronem, tudo tem explicação e conserto.
Mas para isso, é necessário que tenhamos uma visão ampla, senão recorreremos ao ópio, ao suicídio ou ao fluxo disperso da existência.
E ele não é disperso... É harmônico!

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Lívia!
Lembro sim.
Eu te acompanhava! Tempos bons!
Abraço!

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Du, Saudades!
Será que a gente se encontra de novo pra comer cookies?
Agora tem um tal de cappuccino de Alpino com Samantilha que é o que vale a pena demais!

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Luiggi,

Nossa parte sempre foi responsável pelas melhoras do mundo.
E nossa omissão e inércia, pelas ranhuras, rachaduras e explosões.

Abraço a todos!