terça-feira, 11 de junho de 2013

CORAÇÃO RAMALHETE

Pois é...
Os fatos me anestesiaram e eu parei de sentir saudades.
Vez ou outra, quando ouço uma frase ou uma música, as lembranças tomam primeiro plano e nasce um sorriso que morre logo nas reticências do ato.
Alguém me disse que não sou uma boa amiga.
Eu só acho que não tenho apegos.
As pessoas passam. Sentimentos se intensificam quando as pessoas são constantes e cotidianas. A convivência as torna tão essenciais! Merecem nosso afeto, declarações, gratidão, mensagens de texto, e-mails gigantes, ligação pra falar sobre nada. Não possuo facebook e isso me distancia ainda mais do presente frenético que nos envolve e  nos aproxima. (Será?) Ver suas fotos e frases talvez não surta o mesmo efeito do que estar em suas fotos e frases! Acreditamos na distância entre nós.
A vida é repleta de caminhos e em certos momentos tomamos rumos diferentes, vamos pra longe, conhecemos outras pessoas e estreitamos outros laços, pela vontade ou pela necessidade, consequência das escolhas que fizemos.. As vezes velhos amigos se reencontram e percebem o quanto mudaram. Quantos filmes deixamos de ver juntos no cinema? Quantas coisas deixei de cozinhar pra vocês? Há quanto tempo eu não ligo no seu aniversário? Quantas notícias você deixou de saber e que agora tanto faz? Quantos interesses mudaram?
Meu amigo, meus amigos, que nem visitam mais ou nunca visitaram esse blog, ninguém deixou de ser importante. O tempo é como âmbar que preserva o que se passou, o amor que desenvolvemos juntos. 
Na arqueologia de minha vida, a amizade que houve é fóssil que descreve nossa história e relata a importância de uma época. O que estiver por vir nos reencontros, é outra forma de vida com o código genético originado em nosso passado, forte, bela e estranhamente nova.
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Estrelinhas para A Lista do Oswaldo Montenegro e para o Clube da Esquina

4 comentários:

Anônimo disse...

Muita saudades dos velhos tempos!

Mulher Vã disse...

Quer dizer que está em movimento, a vida passa, até uva passa, a vida muda, até surda muda!

Essa coisa é uma roda cíclica [pleonasm detected!], daqui a pouco encontramos quem ficou lá lojão no passado, que nem lembrávamos mais, pelo menos não todo dia né, e de alguma forma passa a fazer parte do presente, como uma segunda chance que o universo dá, tipo quando olhamos dentro duma bolsa ou livro antigos que estavam perdidos no armario e achamos uma nota de dinheiro, e o melhor de tudo: ela ainda vale!!! hahahaha

Ow, não sinta culpa por estar distante dos velhos amigos, afinal amizade [e qualquer outro sentimento]é via de mão dupla, depende dos dois lado para que a coisa ande, a roda engrene, sacou?

Aproveite cada fase da sua vida, sem ter muita coisa pra se arrepender e não ficar com aquela sensação besta de "poderia ter feito de outra forma", porque isso sim, não volta nunca mais...

Mesmo que de forma diferenciada, que nossa amizade possa sempre fazer parte do nosso presente.

Beijão.

disse...

Lembra da estrada por onde a vida passa? Essa estrada sou eu, é vc.
Nada mais efêmero do que os momentos.

As estradas se cruzam, bifurcam e se separam. Podem até se encontrar de novo lá na frente.

O Renato cantou poesia "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanha..."

E bem sabemos, não se trata apenas de morrer. Basta uma curva na estrada de cada um pra seguirmos com nossas vidas.

Tá ae o motivo de fazer cada momento valer à pena demais! ^^

Anônimo disse...

Michele, aproveitando o assunto, estou sempre por aqui, minha grande amiga mineira itinerante. Tenho lido todos os seus posts (embora não tenha comentado) e acompanho a sua estrada que vez por outra cruza minhas lembranças. "Bisbilhoto" (existe isso???) todas as suas evoluções e aprovo todas. Você é muito inteligente e tem o direito de ser feliz a seu modo. Eu sou aquele amigo meio calado, mas sempre presente. Oculto, mas observando tudo. Eu e a Vã (aquarianos) somos meio esquisitos mas a amamos muito.
Beijo no seu coração
Manô