segunda-feira, 24 de março de 2014

O MEIO

A luz azul da tela ilumina os insetos.
Todos parecem vaga-lumes, ou pernilongos de led.
Eu entro em transe, talvez eu esteja triste, talvez tristes tigres, talvez não.
Bolhas de água surgiram em minhas mãos.
Elas surgem e desparecem.
Fui atendida por uma médica cubana.
Ela disse o que o Google disse antes, mas não tiro CRM pelo google.
A doutora sabe o caminho e as químicas. Eu sei o site. O que ela me diz, o que o site me diz é a mesma coisa.
O resultado quando é ínfimo, não confere valor ao caminho, ao que FOI antes de ser resultado.
E a gente vê o resultado e sentencia que é só isso.
Mas tem o meio, tem as contas que a gente faz no rascunho e não no gabarito.
Se eu te fizer um cartão de aniversário, você precisa saber que pensei na frase, na letra, nas cores e na papelaria. Tudo parece tão resumido e sem graça, mas o meio tem mais valor que o produto.
O que existe entre parênteses devia ser depositado num cofre ou na poupança.
Muitas vezes a gente diz "Ok", mas antes disso havia um discurso bélico preparado.
E depois o seu contrário.
E depois o silêncio.
Ela disse: Não é sério.É disidrose e não conhecemos a cura. Nem a causa exata.
Eu já sabia. Sabia até que pode ser emocional. Tem tudo no google, mas tanto eu quanto ela temos um meio que o google não nos fará conhecer. Eu sou contralto, ela gosta de dança contemporânea.
Ela perguntou: 
- Como se pronuncia seu nome? Ediuirges?
- Pode ser... 
Certas coisas não tem importância, a quantidade de letras L com que escrevem meu nome, ou os Y inexistentes. As pessoas estão sempre a complicar o que é muito simples e isso não faz muita diferença numa manhã de outono.
Novamente as emoções me fazem de refém e não saber como conter, como deter, como suprir, me atinge.
Estar à mercê e com pequenas bolhas nas mãos. Bolhas que não desaparecem com pomadas.
Isso me aflige como as minhas próprias limitações. A lentidão me aflige, A burrice alheia e a minha, me afligem. A aflição provoca bolhas cheias de água.
 Não gosto de tapete torto, embora não seja a rainha da ordem.
Não sei explicar o que fazer e como fazer nos momentos em que seu coração fica como Nagazaki.
Pode ser exagero...
Depois que passa, a gente descobre que era só bombinha de São João.



5 comentários:

Rafael disse...

Você é tão intensa em tudo que escreve...
Tinha uma ave em especial no sítio da minha avó, a galinha da angola, por mais que você cante estar fraca, sei que é forte!

disse...

Realmente o y só complica!

Algumas pessoas não entendem alguém chamar Denys e ter o apelido Du !

Quem eh Du gente?

Mas eu adoro os dois!

SAUDADES TB!

Anônimo disse...

Sei bem do que se trata. São as aflições da mente reverberando na podologia.

Anônimo disse...

Ou bolha de sabão

Nova Skin disse...

Eh tudo passa,
a uva passa,
A Fanta uva
e o google me sugere
Fanta Adventure
Eu prefiro Idea Adventure
Mas me falta ideias.