sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sobrevivência

Acho que era Marte.
Pode ser qualquer estrela, qualquer planeta, qualquer nação do espaço...
Mas eu acho que era Marte.
Olhei como se fosse
Assim como olho para o crime no jornal
achando que o mundo tem poesia
achando que estamos melhor que a 50 anos atrás
Vivo como se estivéssemos
Assim como vivo a saudade das coisas fugidias
que entram pra sempre no passado
enquanto os prazos vencem no código de barra
Pago como se pudesse
Assim como pago contas de compras que nunca fiz
pelo prazer de ver que não te pesaria tanto
Dividimos as estrelas, a saudade e as contas
Enquanto a poesia insiste em escorrer
como o sangue no estômago de alguém que levou um tiro
e não morreu.

5 comentários:

disse...

Fazendo de suas palavras o mantra do dia: "Não podemos perder a poesia".

É melhor falar com propriedade "que é Marte" e dar continuidade ao momento, que é certo, do que falar que vai olhar no google e perder a oportunidade de viver aquele momento especial, que vc responde à uma criança que aquele ponto brilhante lá no céu, é Marte!

Nova Skin disse...

Talvez seja mesmo Marte e tenho certeza que se fosse a 50 anos atras lá era mais sossegado.
Não existiam sondas, robôs e roubos de pedras...
e as contas so vencem no ano que vem...
687 dias.
Mas sempre mudamos de pele para melhor adaptação aos tempos modernos...

sblogonoff café disse...

Pois é, Du!
As vezes a felicidade está escondida dentro de um instante, que cabe no ar compreendido no plástico bolha.
Ele pode passar sem a gente nem perceber ou pode ser eterno se soubermos ver a poesia contida ali!
Algumas pessoas recebem os dardos da dor e se desencantam da caminhada, mas a graça é viver as coisas boas e multiplicá-las. Isso não quer dizer que vamos conquistar a paz mundial ou descobrir a cura do câncer, mas seremos "infinitos" sempre que percebermos a arte em Marte ou em qualquer lugar!!

***
Nova Skin!

Quem será mesmo que você é, debaixo dessa pele anônima, pseudônima e animada!!?

"O mensageiro não importa", disse o personagem em Stigmata!

A Marte foi atribuída a característica mais bélica de todos os planetas, o que me faz desconfiar da paz de nossos robôs por lá, na tentativa de procurar vida, água e outros elementos, enquanto aqui a vida se esvai em movimentos de violência, a água se esconde e finge que vai acabar e as viagens até dentro das cidades são custosas.
Nos adaptamos com dentes a menos e sem o apêndice e mesmo assim, mesmo querendo deixar pra lá, não contenho a curiosidade de saber quem sois... Embora desconfie.

Tempos de Aracne disse...

Deixa o tempo triturar os atritos,
Deixa ao pó voltar amores infinitos,
Deixa o vento atravessar a janela
Deixa a vida se esbaldar nessa ânsia de poesia
Mesmo que as vezes eu sinta o peito e as mãos vazias

Rafael disse...

Um tanto triste