segunda-feira, 16 de novembro de 2015

COLAPSOS


Em alguns milhões de anos, por atrair Phobos para sua órbita, Marte a destruirá.
Aqui na Terra, o sol faz tudo parecer apocalíptico, com efeito mais imediato.
Pra variar, estamos em guerra! 
A gente olha o mundo e nossa órbita ocular engole as notícias, nos arrebatando do paraíso no qual brincávamos de poder. Venho contra a vontade, agarrando as maçanetas das portas como uma criança fazendo birra, querendo ficar onde está.
Então vem o mundo com o dedo em riste e diz que o que podemos não está relacionado com a destinação das grandezas, com a contenção da morte, dos gases, da tosse e da extinção dos satélites e estrelas. Há tantas coisas que não se pode evitar depois de previstas. (...)
Nos resta ver a onda crescer sobre nós e rezar para que o inevitável seja ao menos rápido ou indolor.
Não é a primeira vez que estamos na iminência de uma jihad, mas é a primeira vez que eu vejo o que era doce se acabar no leito de um rio e é a primeira vez que sinto tanto calor, a ponto de perder o sono e odiar os insetos. Não gosto de odiar a criação, mas há algo no ar que dificulta que eu ame plenamente.
Os insetos, os rios, o sol, vem da mesma fonte que venho, do mesmo "abracadabra" e é engraçado como nos destruímos uns aos outros para que a Lei se processe sobre nós, sobre o universo. Destruir é uma necessidade da evolução e pensar nisso requer pulmões!
Marte vai comer uma lua e nós morreremos de fome e de sede...
Mas isso não é pra agora.
Pra agora é o presente e o cotidiano. A gente segue adiante e sempre que houver motivos, celebraremos o que ainda existe de luz, comemoraremos os gols, os aniversários, os nascimentos, o fim do ano e com certeza, se pudermos, compraremos um pacote de lua de mel para alguma ilha vulcânica do planeta!!
Qual é a possibilidade de um plano assim acabar mal?
Afinal, o fim é só uma miragem de um deserto muito distante daqui.
É no que queremos crer.

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