terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

No ano em que eu nasci

No ano em que eu nasci, algo revolucionário acontecia no reino musical. Algo que marcaria a história da música para sempre. Era a ascensão de um rei ao trono e ao mesmo tempo o início lento, doloroso e metamórfico de sua decadência.
Neste ano, a Epic lançava o álbum mais vendido de todos os tempos. Thriller.
Eu tenho lembranças sonoras desta época. Lembro do meu irmão mais velho ouvindo inúmeras vezes Billye Jean no quarto. Lembro de ficar apavorada vendo o clip de Thriller com todos aqueles monstros. Ouvir Wanna Be Startin Somethin me remete à infancia em Pará de Minas, minha terra natal.
Aquele garotinho vindo de uma família de artistas, que tinha ganhado fama cantando “Bean”, agora era o protagonista da mudança do mundo. E não morreria por isso. Não como morrem os mártires. Seria história, mas pagaria pelo estrondoso sucesso com casamentos estranhos, manias estranhas, estranhas metamorfoses, perseguições, boatos, verdades e mentiras que povoariam sua Never Land de maneira quase fatal. Culpado ou inocente, ele sobrevive. Sobrevive para ver figuras muito menos especiais, muito menos talentosas, às vezes nada talentosas, fazendo o escarcéu com a própria vida, com a mídia, atormentadas por um sucesso letal. Inaptas para administrarem qualquer coisa. Mas sobre todos esses vermes criados pela indústria fonográfica, está ele. Michael Jackson. O homem do ego desproporcional e costumes faraônicos. E como um eco do passado ele impera como o único que pode afirmar que nunca alguém vendeu mais discos que ele, mesmo os melhores que ele!
Ariano Suassuna certa vez em entrevista, disse Michael Jackson era lixo musical. Sr. Ariano, com todo o respeito ( e eu o respeito muito) , se for lixo, deve estar cheio de flores! A mídia é controladora, inventa mitos, cria lendas, mas não se pode criar tão bem e deixar ecoar por tanto tempo uma mentira assim.

Um comentário:

Unknown disse...

Mi, vc viu a matéria que Otávio fez sobre Michael???? Vê http://www.fafich.ufmg.br/dcs_oficinas/2007_1/Popstorming/pop_capa.html


Mto bom> E quer saber? Tenho 99% de certeza de que ele é inocente. A mídia ascende e derrota.