segunda-feira, 26 de maio de 2008

Parte do seu mundo

Você já se sentiu alheio quando passa por bares ou festas e vê as pessoas rindo e gargalhando, como se não fizesse parte daquilo?
Já se sentiu excluído do sentimento de felicidade que permeia encontros fortuitos ou combinados de amigos?
Já se sentiu off?
Às vezes, passo por certos lugares, como corredores de faculdade e sinto como se aquilo não fosse para mim. Então, veio alguém e me disse que gostaria de parecer feliz como eu. (!?!)
Vejam só, como são as coisas. Por trás de muitas gargalhadas, existem preocupações e inúmeros problemas. Cada um sabe de seus infotúnios ocultos e ninguém pode medir a felicidade que lhe cabe à partir do que os outros aparentam. O homem é a sua própria medida.
Quando parei para pensar, conclui que não raro, essa sensação de inadaptação é arrogante.
Quando sentimos que os outros são mais felizes que nós, na verdade abrigamos uma certeza (de vingança contra o mundo) de que somos melhores, de que possuímos lá no fundo algo de mais especial que eles, que o futuro poderá nos recompensar com um prêmio no final.
Que final, gente? A vida já começou há muito tempo. Já está valendo!
Por mais que sejamos originais de Capela ou de qualquer outro planeta, nosso lugar é aqui, onde estão os homens presentes, a vida presente, como disse o Drummond.
"Bobeira é não viver a realidade" e permitir que esse sentimento de “acho que não sou daqui” nos aniquile.
Quando encaramos os fatos e assumimos o nosso tamanho - muitas vezes bem menor do que imaginávamos ilusoriamente - todas as outras pessoas que considerávamos grandes demais e todos aqueles sorrisos que pareciam inalcançáveis, tornam-se normais. Natural. Fica mais fácil interagir com o mundo. Fica mais fácil consubstanciar.
Você pode se identificar totalmente como as pessoas ou pode ser completamente alheio.
De qualquer maneira, continuará a fazer parte da Terra.

7 comentários:

Unknown disse...

ser alheio parece ser tão mais simples!

Vinny disse...

necessário!
querida... sei que ando sumido, mas to passando por uns processos!!!
mas em breve eu to voltando!!!
fiquei meio longe de blogs ultimamente... vc entende
e nunca mais te vo no mns... se bem q to usando quase nada agora!
saudades de tu tatu!
=D
bjao!

Mariana Ornelas disse...

uai ... ultimamente to descobrindo uma coisa muito seria na minha vida... tenho 5 dias de completa tristeza e agunia no mes ... sacou né?
Hj é um deles , to custando a dar conta de respirar pq tudo me faz sentir dor , mas quem sabe seja o martirio de cada mes rss ... todo mundo tem o seu...
ainda bem que o meu é resolvido com um ponstam bem forte ou uma injecao , ja pensou eu de mau humor sempre ou deprimida? credooooooooo!!!
Fora isso ultimamente to mais sociavel e mais alegre que tudo qto é epoca da vida , nao me pergunte pq ... mas a observacao do estado melancolico do dia a dia é interessante , inclusive to pensando aqui, homens tb tem tpm ...

Jean Baptiste Grenouille disse...

Já passei muito por isso. Mas descobri que quando sentimos isso é porque damos conta do que se passa conosco, nossas preocupações, desiluzões, decepções. Vemos as pessoas felizes e desconsideramos o que se passa com elas. Daí tudo parece um mar de rosas. Mas também acabei percebendo que temos nossos momentos em que as pessoas devem nos olhar e desejar ser felizes como nós somos. Hoje, nem ligo mais pra isso.

Vento Noturno disse...

Ao meu redor vejo mtos
sorrisos tristes.
Por não entender a felicidade que passam a vida procurando.
Então chegam filosofias de alinação propondo,
Não pense, sinta a felicidade vazia e imediata.
Não será feliz mas para vc basta!!!

Meu pessimismo me faz enchergar dessa forma ^^

Otavio Cohen disse...

parece um post meu.
com a diferença de que é otimista.

Patrícia Ferraz disse...

Além dessa, uma sensação de que falta alguma coisa tb me acomete de vez em quando. É como se tivesse deixado no passado uma pessoa, uma história, um objeto de que sinto uma falta inexplicável. É como um vazio. Acho que o esquecimento é mesmo uma bênção. Uma solução. Afinal, o grande risco de todos esses conhecimentos e explicações que pudemos ter desde 1857 é justamente a confusão entre o que é e o que deve ser. O justo é que usemos tudo isso para o progresso, sempre. Nunca para voltarmos atrás. Se na Terra, no Brasil, em Minas, em Belo Horizonte, nesta família, estamos; aqui estejamos.