sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quase uma balzaquiana!

Então veio a Júlia, a garotinha do segundo andar e me perguntou se eu sabia “virar estrela”.
Eu disse:
- Júlia, se eu fizer isso, eu nunca mais desviro! Vou virar a Moura Torta! (personagem da historinha que eu contei pra ela no outro dia!)
Ela riu e ficou me olhando com aquele olhar de “Antônia, você parece louca!”
Para mim, certas peripécias a esta altura, são fatais. Já foi o tempo!
O tempo, meu inexorável senhor, endureceu meu coração, meus ossos e juntas.
Enquanto Júlia “virava estrela”, lembrei da minha infância espoleta e contorcionista de subir em árvores, plantar bananeira, ficar acordada durante as viagens...
Hoje, mal consigo levantar da cama sem sentir dor nas costas.
Já me preocupo com rugas de expressão, pés de galinhas e os radicais livres.
Na época do Científico (como é que chamam isso hoje?), radicais livres era expressão da esquerda política. Hoje são os vilões que envelhecem a pele!
E as referências ao passado, meu Deus?!!
Certos amigos nunca ouviram falar do Juninho Bill. (do Trem da Alegria).
Hoje perguntei no escritório se alguém lembrava do lanche do Fofão. Tive que pegar a imagem no Google para provar a existência do negócio!
Mas é assim mesmo, o dominó do tempo cai. A vida quer seqüência.
Não temos que temer o tempo, né? Qualquer tempo é o nosso tempo e nada melhor que o presente, os homens presentes, a vida presente, como diz o Drummond.
Eu vou seguindo com meu currículo cheio de dor nos ossos do ofício (onde preciso parecer mais velha), em busca do segundo casamento, de novos horizontes, talvez os belos, de ações perfeitas, do santo graal, do vale encantado, do processo no site do TJ...
Eu vou seguindo a minha estrela, o meu brinquedo de (e)star!
Já que estrela eu não posso “virar”!

No meu olhar, na minha voz
Um novo mundo, sinta
É bom sonhar, sonhemos nós
Eu e você... *hahaha

*essa rima só dá pra escrever daqui quatro anos!!!
com o perdão do Miltinho!

13 comentários:

Otavio Cohen disse...

é mesmo. tá mais pra lá do q pra cá.

vc n tem mais vinte e poucos.

tem vinte e muitos.

parece uma lagarta listrada.

Anônimo disse...

Vampira matinal...
Poxa, não sei, mas ler este post ouvindo uma capela maravilhosa de "killing me softly" faz toda a diferença, e é o que estou fazendo agora...
Não sei o que acontece com seus ossos e músculos, os meus estão mais resistentes e flexíveis (acredite se quiser!!! - fisioterapia ajuda - kkk)... mas a medrosa aqui não tem coragem de fazer nem ponte, o que dizer de virar estrela!!! Mas no seu caso, é diferente... lembra do filme MIB?? Em que o gato carregava uma galaxia inteira num pingente junto ao pescoço?! Pois é, você carrega uma em cada globo ocular! Lembra?! Então não precisa virar estrela... já é estrela, carrega uma estrela muito maior do que imagina dentro de si...
Aff... vou dormir um pouco... a luz do dia está tirando minhas forças...

Malaguetta disse...

^^
mas é bom a ter a experiencia do tempo

disse...

É mesmo, como se chama o "Científico" hoje? Ah o tempo... Dá pra alguém pedir pra ele parar de empurrar?!

Unknown disse...

Eu nunca soube "virar estrela"...
Sempre via as outras crianças virarem estrelas perfeitas, com as pernas esticadinhas e as minhas pareciam mais um meteoro deformado..
mas enfim...

as vezes me pergunto se não estamos muito jovens para nos sentirmos velhos...

Mai German disse...

lembrar dos nossos tempos de criança é muito satisfatório. nos faz perceber de que fomos muito felizes e de que não poderia ter passado a infância de melhor forma. não pretendo nunca voltar a ser criança, mas espero que eu consiga aproveitar futuros momentos com a mesma intencidade.


o fim... é, pode ser que esperar por ele estrague grande parte da surpresa. creio que o melhor jeito é não pensar nele.
que pena que estava fazendo frio para você caminhar. mas teram outros dias.
espero também poder conhece-la algum dia. venha a Minas! será um prazer leva-la para caminhar.

Abraços, Mai.

Mai German disse...

mas... sabe de uma coisa? eu nunca soube virar estrela. foi sempre um sonho aprender *-*

Pod papo - Pod música disse...

O tempo passa e as coisas da nossa época não estão mais no auge...e elas foram tão boas que temos vontade de mostrar a todos, isso é prova de que o passado foi maravilhoso! então, vamos aproveitar o nosso presente para que um dia ele se torne um passado maravilhoso também!

Beijão!

Elga Arantes disse...

Que é isso, Michelle... quatro anos é quase uma eternidade, rs.

Mentira, mas é que, eu, com 29 anos e 11 meses ainda dizia ter vinte e nove anos. Vc ainda está longe de ser balzaquiana.(Assim estou interpretando por dizer que quatro anos faltam para a rima).

Mas é bom tb. Não vou dizer que não queria ser mais nova, que não trocaria meus trinta pelos meu vinte e cinco, porque trocaria, sim. Pra mim, quanto mais melhor, rs. Mas a verdade é que as coisas tem acontecidos de maneira mais interessante com o passar do tempo. E isso é muito bom, claro!

Claro também que lembrei de tudo que citou no seu post. Até do lanche do Fofão. Era da Dizioli (só não sei se é assim que se escreve).

Beijos.

Mariana Ornelas disse...

apesar das artrites e artroses aparecidas depois dos 20, tenho notado q determinadas coisas e feitos só consegui realizar depois de velha como efetuar hapel , trekking , me quevrar inteira em uma onda enquanto aprendia coisas novas . Mas me sinto feliz por ter minhas limitacoes pois sem elas nada disso que tenho vivido depois dos 20 teria o mesmo gosto de aveturança.... proximas metas serao , em janeiro do ano que vem passar um mes em trilha na chapada diamantina explorando o territorio e daqui dois anos percorrer junto com nosso grupo de treking nosso percurso a america latina...

Andréia Lino disse...

achei lindos alguns dos artigos, sempre me recorda algum momento, pena q toh sem tempo para ler profundamente. passa no meu blog para fazer uma visita. quero voltar aki, continue escrevendo ..adorei a foto

bjoks

http://deiamundoafora.blogspot.com

ricardo aquino disse...

Minha querida quase balzaquiana!
Como deixaste que o tempo levasse esse ar de menina que me fez apaixonar por ti. Como uma tamanha abstração sobre teus anos pode resvalar certo crash dreams? Esse senhor tempo, sempre foi a ti muito cuidadoso! Lembro de tuas línguas em fotos, teu jeito de Wendy, com uma seriedade infantil e mágica! Eu que sempre achei que o teu lugar preferido era Neverland! Mas uma coisa tenho que admitir: a maturidade com que arranjas as palavras em teu discurso. Amo cada dia mais te ler e o amor por ti cresce junto: é isso que o tempo faz, apesar da distância!


com distinção temporal
ricardo

Karen disse...

Adorei! Rsss
Como diz uma amiga minha "não me troco por duas de mim com 15!". nem eu. Tudo bem que as juntas, rugas e radicais livres, sem falar das fibras (hahaha) preocupam mais, mas e o resto da bagagem?
Eu amava Juninho Bill, queria casar com ele! Já terminei o 2o casamento e ele não foi nenhum dos maridos. Humpft!