terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Origamis

Dezembro de 2013 foi compassivo com suas águas.
Apenas alguns dias de roupas sujas esperando na fila, mas nada que tenha atrapalhado o trânsito dos pedestres de maneira a emperrar o circuito inteiro.
Os buracos da cidade já estavam na previsão do mais tapado profeta do fim de ano.
Sobrevivemos, moço! E eu ainda continuo infame. Isso não mudou. Só piora com o tempo.

Diluo a palavra e faço outras químicas. Sinto prazer nisso.
Precisei fazer algumas estrelas de origami, para os enfeites de natal e fiquei tão viciada nisso que pedia informação na rua de propósito, só para me mandarem dobrar a esquina!
Sério!! Acredito que o pó do papel tenha penetrado minha pele como bezetacil e comecei a querer entender a vida íntima dos origamis.
Descobri que a mulher origami adora comer dobradinha!
E que os origamis são funcionários padrões e os únicos do mundo que adoram quando o chefe pede para eles dobrarem! O problema é que não conseguem vender muita coisa, pois tem o costume de cobrar dobrado!
Não à toa que possuem cães por todos os lados para assustar os mais valentes. Cães da raça Dobrerman.
Um deles me disse que teve um pesadelo. Desdobrou através do sono e sonhou que era um papel  A4 liso. Esse mesmo se tornou um fã de Star Trek, principalmente pelo fato de Kirk e Spock viajarem em velocidade de dobra!
Esse origami é meio problemático. Disse-me que um dia estava tão carente, que entrou num sacolão e achou que o repolho era seu parente. No mesmo contexto, parou na porta e fez amizade com a dobradiça e só não conversa com a sanfona porque ela chora muito. Prefere contorcionistas de circo e roupas da gaveta.
E agora, no café da manhã, comendo sucrilhos, penso na efemeridade, no desdobramento dos fatos, em como uma coisa pode se tornar outra de repente. 
Sucrilhos barato, imitação, entende? É tão imitação que na embalagem vem escrito “Corn Fake”.
No verso da caixa tem um tutorial para fazermos um tigre de papel.
Mas hoje ninguém consegue me dobrar.
Não to afim de fazer nada.

8 comentários:

Mulher Vã disse...

Eu só sei fazer aviãozinho que não voa.
Dezembro é sempre quente e molhado, não tenho raiva de chuva detesto é sombrinha, por conta da minha capacidade de perde-la em qualquer lugar, mesmo se estiver chovendo, prefiro carregar uma roupa a mais e depois trocar.

Se eu pudesse apagar esse ano da minha vida, não me faria falta nenhuma.

É bom saber que você continua infame, acho engraçado, parece que as coisas ficam mais engraçadas

Nos vemos em 2014, ou não, né!

Alvaro Vianna disse...

Dobrei de rir. No reino dos Origames o melhor jogo é "O Dobro ou Nada". E o hino deles tem versos do tipo "Já raiou a liberdade /No horizonte dobrasil.
Como dizia o filósofo, a dobra é dura mais é a dobra. E quando o ano em breve dobrar, descobriremos o segredo de Blade Runner.

Beijos em dobro.

Alvaro Vianna disse...

Em tempo: a música do Metallica que mais gosto é "For whom the bells tolls". Ou, "Por quem os sinos dobram"

Mulher Vã disse...

Um livro que gostei bem quando estava na adolescencia foi Os sinos da agonia, do Autran Dourado. Sei lá porque a música citada por esse tal de Alvario, o indivíduo que postou comentário depois e antes de mim me fez lembrar desse livro, mas fez!

Mulher Vã disse...

Não disse que na net se encontra tutorial para qualquer coisa? Aqui tem um ensina a fazer origame Jedi do Yoda:
figura 1: http://2minds.ws/send/01.jpg
Figura 2:
http://2minds.ws/send/02.jpg
Figura 3:
http://2minds.ws/send/03.jpg
Figura 4:
http://2minds.ws/send/04.jpg
Figura 5:
http://2minds.ws/send/05.jpg

E pra completar, o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=U5B71d1OR_M

hohohoh

Anônimo disse...

Gosto da sua criatividade, essa capacidafe de ligar coisas inusitadas que nos faz refletir.

Elga Arantes disse...

Queria ser constante como você! Saudades de trocar palavras travestidas de afagos...

Ainda não perdi a esperança de conhecê-la.

Nova Skin disse...

oui, ui!
Salut!

Depois de longo hiato mais parecido com um tritongo novamente te encontro.
como sao lindos os burgueses e os japoneses.
Agora podres poderes...
Vida corrompida


Bom te encontrar