segunda-feira, 30 de junho de 2008

CUBO MÁGICO


Viver é tudo, menos exato.
Tem dias em que a gente acorda com tudo planejado, com um roteiro a seguir até a hora do travesseiro.
Raro sair perfeito, exatamente.
É bom ter a impressão de que temos as rédeas do destino, de que são as nossas escolhas que nos conduzem no caminho.
Mas e a imprevisibilidade?
E esse caos?
É como um cubo mágico.
Uma peça que precisamos mudar em um dos lados, desordena tudo nas outras faces, misturando mais as cores, fazendo com que outras estratégias sejam utilizadas para que tudo fique no seu devido lugar.
Mas o que é devido?!
Qual é o lugar?
Porque não está certo um quadradinho azul no meio dos amarelos?
Eu adoro viver por tudo isso e apesar de tudo isso.
São fatos e sentimentos que não devem ser excluídos.
Existem angústias, expectativas, alegrias, encontros e desencontros.
Existe o instante onde a vida parece normal, estável, e existem momentos de agonia, onde tudo parece confuso e difícil.
Existe até a possibilidade de você deixar o que é sortido pra lá,
deixar como está e esperar que tudo se reorganize por si mesmo.
Pensamento mágico pode funcionar!
O que não existe é a precisão nesse planeta de relatividade.

"Quando achamos que possuímos todas as respostas,
a vida chega e muda todas as perguntas."

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Expedito Garcia, 12:00h

e assim a vida vale a pena...
Dissolvo-me na ladeira numa solução de sol, poeira e suco gástrico. Em minha forma líquida, escorro até a perpendicular avenida. Sob os pés dos passantes me espalho pelo chão, transformada em pegadas. É no estômago que mora a angústia, não no coração. É o estômago que decompõe e modifica a matéria. É lá que voam as borboletas e outros insetos menos metamórficos. É lá que acontece a digestão da avenida efervescente ao meio dia. São dezenas de pessoas por metro quadrado, em locomoção frenética. Cada cem no seu quadrado! E são carros, ônibus, caminhões, motos, carros de propaganda, vendedor de peixe-elétrico e rapé, mendigos, profissionais liberais, órgãos públicos, comércios. A avenida é um livro repleto de histórias ocultas. Como a minha.
- Posso fazer uma pesquisa com você?
- A senhora já possui o cartão Blá Blá Blá Card?
- Moça, você pode completar o dinheiro da minha passagem?

Ao chegar em cada esquina, tenho folhetos, panfletos, filipetas e folders suficientes para montar uma bíblia da propaganda. Na verdade, penso em montar uma série de bloquinhos para rascunho!
“A profeta Dalva da Luz desfaz amarrações, traz de volta a pessoa amada e quebra todos os feitiços. Mundialmente conhecida.”
Eu nunca ouvi falar antes da tal “profeta”. Vai virar rascunho!
Mais à frente, a velhinha cotoca, sentada na calçada, estende a mão, apelando para a compaixão e misericórdia dos transeuntes. Eu acredito em outras possibilidades pra velhinha cotoca, mas quando lhe falei disso, ela me mandou lamber sabão. (não foi necessariamente isso que ela me mandou fazer!)
Na porta do banco, o homem com elenfantíase estende o boné. Dizem que prefere ficar miseravelmente ali do que se tratar. Faz parte do seu freak show.
Seguindo pela avenida, as ciganas profissionais querem ler minha mão. Ciganas que possuem residência fixa nunca entenderiam as entrelinhas da minha mão...
Atravesso a rua na faixa branca. Faz anos que quero tirar uma foto estilo Beatles em Abey Road. Faz anos que não concluo pequenos projetos.
Continuo. Hoje tenho vários destinos.
O dia ferve por dentro. Do lado de fora, o casaco me lembra que é inverno.
A avenida é imensa...
Sinto a iminência de implosões.

terça-feira, 17 de junho de 2008

INTERIOR (Fagulhas, pontas de agulhas)

Fogueira e bandeirinhas de jornal.
Corações em festa, pulsando entre o frio do vale e a fumaça entorpecedora que fazia arder os olhos e que o vento misturava com nossos cabelos.
Meu coração bobo, coração bola, coração balão, coração São João, pipocava dentro do peito. Eu era ímpar.
Poderia ter sido perfeito, não fosse o pensamento lá em você.
O céu estava escandalosamente bonito.
Eram tantas as estrelas visíveis...
Diferente daquela noite cinza de tempestade, onde lá no píer da enseada você me mostrou um outro mundo quase surreal.
Você pode ficar debaixo do meu guarda-chuva!!!
Frase a la Rihanna, para acompanhar o resto do dia.
Eu pensei que fosse só, que fosse um fato, que fosse apenas ali e que depois a vida seguiria despareada, disparada, como de costume.
Mas após o “anarriê”, havia o túnel.
Sabe, eu andei errando o passo, dançando desencontrado, trocando de par antes da hora.
Peguei atalhos no caminho da roça, contudo, mesmo com frio e com medo, estou gostando dessa quadrilha colorida.
E você é meu par.
Tour!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008

A vida é doce!


Nossos irmãos, não os escolhemos.
Eles chegam ou já chegaram. Estavam ou estarão ali.
Se os laços de sangue transcendem, tornam-se nossos amigos.
Nossos amigos, nós os escolhemos.
Eles chegam ou já chegaram. Estavam ou estarão ali.
Se os laços da alma transcendem, tornam-se nossos irmãos.
E os nossos cunhados?!
Eles chegam ou já chegaram. Estavam ou estarão ali.
E se os laços se formam, tornam-se nossos amigos e nossos irmãos.
Eu sei que nem sempre isso é possível, a gente vê em piadas e no cotidiano. Contudo, eu tive a sorte de meu irmão ter escolhido outra irmã para mim. (que curiosamente eu chamo de tia!)
É uma mulher com mãos de fada, que produz os melhores doces e bolos do oeste e conseguiu com seu jeitinho de menina cativar o coração arredio do meu irmão e o coração de todos lá em casa.
Mais um inverno chegou e com ele chegou também as suas primaveras!
Desejo, tia Márcia, que sua vida seja doce e que suas realizações sejam apenas o início de outro ponto da trajetória, onde o destino pode ser fantástico, se o moldarmos com as mãos.
Hoje eu saúdo a sua existência e agradeço pelas vezes em que mais do que cunhada, você foi minha amiga e minha irmã!


Feliz Aniversário!!!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Nem Salomão em toda sua glória...


As gírias do menino se dissolveram
na ordem alfabética do dicionário.
As mudanças efetivas que aconteceram
passaram despercebidas pelos otários.

(...)
Política não se discute. (???)
Mas paciência, hoje é só uma quinta-feira
Existe uma fôrma e de qualquer forma sou quase líquida
Sei adaptar meus pergaminhos e a cibernética
Eu também sobrevivo à esses dias de tensão
Sobrevivo à todos os gerundismos e às maldições proféticas.

Sobrevivo à falta de bom-senso e à minha própria irritação
E planejo sobreviver aos rompantes
que de vez em quando acometem meu coração!

(burrinho)
Tudo deve caber num dia só...
Da janela vejo andorinhas e pardais nos fios
A energia caminha debaixo deles
E eles lá, panguando.

Será que eles também são como os lírios do campo?

Não é sempre que temos curto-circuito.
Nem sempre todos os dias são curtos.
O ano ultrapassou o calendário.
Tenho expectativas demais nadando no estômago.
E tenho prazos.
Mas eu não tenho tempo.
Estamos novamente na metade.
Junho.

O ano chegou depressa e está passando ligeiro.
A noite mais fria se aproxima.
Viva São João, viva São Pedro!!!
E Santo Antônio, o santo casamenteiro!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Perdi a minha alma para o diabo.
Mais uma vez.

(...)

E cansei de lutar contra os moinhos de vento.